Nicolas Cruz e Lola Belli contracenam como Pluft e MaribelDivulgação

Rio - Com as férias escolares da criançada, "Pluft, o Fantasminha" chegou em boa hora aos cinemas. O filme, que estreou na última quinta-feira, faz história ao ser o primeiro longa infantil no formato de live-action em 3D gravado no Brasil, levando para as telonas o texto clássico de Maria Clara Machado, escrito em 1955. Fabiula Nascimento, Juliano Cazarré e Arthur Aguiar são alguns dos nomes que estrelam a nova versão da aventura.
Dirigido por Rosane Svartman e com roteiro de Cacá Mourthé, neta de Maria Clara, o filme traz Nicolas Cruz no papel-título, que já foi interpretado por Cláudia Abreu em montagem ara o teatro. Ao longo da trama, o público acompanha de perto a amizade entre Pluft e Maribel (Lola Belli), que é sequestrada pelo pirata Perna-de-Pau. A menina é levada para a casa abandonada onde seu avô morou e lá conhece o fantasminha que tem medo de “gente” e sua família, enquanto espera ser resgatada pelos marinheiros Sebastião, João e Juliano.
Atualmente no ar como o Alcides de "Pantanal", Juliano Cazarré explica que sua experiência como pai de cinco filhos foi de grande importância na hora de assumir o papel do vilão. “A minha preparação foi basicamente fazer e colocar no pirata traços que eu já colocava em vários personagens dos livros que eu lembro de ler para os meus meninos. Trabalhar em um papel infantil, para mim, é simplesmente a coisa que eu mais fiz (em casa) nos últimos 12 anos. Desde que meus filhos nasceram eu conto histórias, brinco com eles e crio heróis, vilões. É a chance de colocar na tela grande essa brincadeira que eu já faço na vida real”, comenta o ator.
Enquanto isso, o elenco que deu vida aos fantasmas passou pela experiência das filmagens subaquáticas para dar o tom “fantasmagórico” dos personagens. Em julho de 2017, Nicolas Cruz e Fabiula Nascimento, a intérprete da Mãe Fantasma, passaram duas semanas gravando suas cenas em uma piscina de seis metros de profundidade no Corpo de Bombeiros da cidade de Franco da Rocha, em São Paulo. Quem também encarou o desafio foi José Lavigne, que faz o Tio Gerúndio pela sexta vez, após participar de diversas versões da história para o teatro.
“São muitas gerações que passam por ‘Pluft’, e a mensagem é muito linda. É sobre o crescimento, sobre enfrentar o medo”, declara Lavigne, que iniciou sua carreira no Teatro Tablado, fundado pela autora do texto original. “A história do Pluft é isso, um menino que entende que é fantasma e assume seu medo. Um conflito que todos nós já passamos: enfrentar o novo, o desconhecido. E depois da pandemia, que todos vivemos assustados - todas as gerações e classes - isso se fortalece ainda mais”, opina o veterano.
Por outro lado, o filme também é um dos primeiros grandes projetos de Nicolas Cruz, que tinha 11 anos na época das filmagens. Hoje, aos 17, o ator destaca a relevância de resgatar o clássico que também ganhou uma versão para o cinema em 1962: “‘Pluft’ é uma das maiores histórias da cultura brasileira, nasceu de Maria Clara, do Tablado, patrimônio nacional. Ele merecia um filme assim, com tudo que a tecnologia permite hoje, o 3D torna o filme atual e vivo. Fazer o Pluft embaixo d’água foi uma ideia corajosa e muito inteligente. Na água, o Pluft conseguiu voar, se mexer naquele ritmo de fantasma, sem passar pelo efeito ‘fake’ de cabos de aço, além de, mais uma vez, fazer com que essa história marque a arte com algo novo, nunca tentado.”
Já Fabiula Nascimento enxerga um significado ainda mais especial na estreia do filme, agora que é mãe dos gêmeos Roque e Raul, que completaram seis meses recentemente, frutos do relacionamento com Emilio Dantas. A atriz revela que a primeira vez dos pequenos no cinema foi em uma sessão especial.
"Eles 'assistiram' um bom tempo do filme e se comportaram super bem, saíram de lá felizes. Fiquei muito feliz com essa experiência, ficou marcado. Vou contar pra eles e tenho certeza de que eles vão pirar com isso, vão amar. É um legado que eu deixo para eles e tantas outras crianças. E torcer para que cada vez mais a cultura tenha apoio e que a gente não deixe nossos filmes morrerem, ou se desintegrarem, como aconteceu em incêndios e tantos outros acidentes. Que seja eterno”, pede a artista.
Quem também ressalta a emoção de levar a filha para ver "Pluft" é Arthur Aguiar, que gravou suas cenas como Sebastião muito antes do nascimento de Sophia, do casamento com Maíra Cardi. “Não tinha momento melhor para o filme ser lançado. Minha filha vai poder assistir, vai me reconhecer ali na tela. Tenho certeza de que o filme vai atingir todas as classes e faixas etárias, é de família. O que mais me marcou foi a diversão no set, entre a equipe. Tive uma troca incrível e leve com todos, principalmente com o Lucas (Salles) e o Hugo (Germano)”, afirma o campeão do “BBB 22” sobre a dinâmica com os atores que completam o trio de marinheiros. "Pluft" é um programão para a família inteira!