A geração Z desenvolveu o hábito de criar e compartilhar playlists como uma maneira de contar suas histórias pessoaisDivulgaçÃo
“O que você consome, em qualquer formato e plataforma que seja, vai te afetar e contribuir pro seu repertório de vida, para formar sua personalidade. Tem muita gente que não ouve muita mulher, ou pessoas pretas ou LGBTQIA+. Não tem como isso não ser um sintoma da nossa sociedade que exclui as minorias até nesses momentos de arte, cultura, lazer e descanso, sabe? Playlists temáticas geralmente são assim, com músicas que são um manifesto, um grito guardado ali e que a gente acha que todo mundo deveria ouvir”, destaca Victoria, que também ressalta o benefício das plataformas de streaming terem um vasto repertório, além de darem visibilidade a artistas menos conhecidos.
“A gente paga o serviço e tem acesso a todas as músicas que estão ali, tanto de artista grande que toca em rádio, como do seu amigo artista local que você pode dar uma força, ou mesmo os independentes - nacionais ou internacionais - que não são tão conhecidos. Um mundo de músicas está ali a um clique. Antes era preciso comprar CD de todos os artistas que a gente gostava - ou baixar - e às vezes a pessoa nem tinha dinheiro para comprar todos que queria e poder diversificar o que ia ouvir. Para ser diversificado era só rádio, que nem sempre toca só o que a gente gosta”, afirma a jornalista.
Atualmente, o serviço de streaming de música mais utilizado no mundo é o Spotify. A plataforma tem mais de 82 milhões de canções e 4.7 milhões de podcasts. “Tivemos uma mudança no processo de adquirir a experiência. Se antigamente o consumidor tinha que se deslocar para comprar um CD ou pagar um download para ouvir uma música, por exemplo, hoje o acesso ao áudio de forma geral é uma prateleira infinita dentro das plataformas”, explica o editor de música do Spotify Brasil, Rodrigo Azevedo.
Para o editor, a possibilidade de qualquer usuário se tornar ‘criador de conteúdo’ ao elaborar uma playlist é um dos pontos que vem atraindo tanto os jovens para a plataforma. “Além da oferta de conteúdo, o streaming também propiciou e potencializou o perfil criador dos consumidores. Hoje já não há mais barreiras entre consumo e criatividade. Qualquer usuário se torna um curador quando cria uma playlist. Existem diversos usuários que têm playlists muito populares. São 4 bilhões de playlists no Spotify. Quando um usuário adiciona uma música em uma playlist, ele pode estar apresentando este artista para um público completamente novo, por exemplo. Por isso, o Spotify não apenas é acesso à música, mas uma ferramenta de descoberta de novidades deste universo”, garante.
Rodrigo ressalta que o Spotify atualizou e melhorou um hábito que já era comum entre os ouvintes. “Fãs de música sempre gostaram de compilar faixas por temas com suas favoritas ou como forma de presentear. Desde mixtapes e CD ripados, as playlists se tornaram uma forma mais fácil e legal de expressão. Conforme as pessoas estão mudando seu relacionamento com as mídias sociais para lidar com a vida cotidiana, isso contribui para o sucesso da criação de playlists por usuários. A geração Z, por exemplo, está na vanguarda da cultura, constantemente encontrando novas maneiras de se expressar e construir comunidades. As playlists não são uma seleção fixa de músicas, elas podem sempre ser atualizadas e traduzem comportamentos, humores, visões de mundo e refletem até mesmo a personalidade e a jornada individual de cada um", afirma ele.
Confira algumas das playlists mais inusitadas criadas no Spotify
Tudo Posso no Kpop que me fortalece - Criada por Yasutoki Minomo. É composta por músicas do gênero Kpop, a cada vez mais popular música sul-coreana.
Sertanejo pra sofrer e sentir como é ser corno - Criada por Bianca Cesaro. O nome já diz tudo, né? Sofrência para os apaixonados com coração partido.
Playlist para rebolar a 'raba' como se não houvesse amanhã - Criada por Victória Scarlassara. Lista de músicas para dançar loucamente, como se não houvesse amanhã.
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