Douglas Silva comemora sua trajetória no ’BBB 22’: ’Estou feliz’João Cotta / TV Globo

Rio - Douglas Silva conquistou o terceiro lugar no "BBB 22" e participou de uma entrevista coletiva com a imprensa nesta quarta-feira para comentar sua participação no reality show. O ator está feliz por ter chegado tão longe no programa e por ver que tudo ficou bem com sua família durante o tempo em que esteve confinado. Para ele, o "BBB" é um "trampolim" de oportunidades e certamente influenciará sua carreira de forma positiva. 
"Pelo que eu vi está tudo sendo positivo para mim. A minha filha, Maria Flor, minha porta-voz, está bombando. Achei muito irado isso. Ela que vem de uma geração em que a internet é importante... isso é muito bacana. Eu acho que o BBB vai ser importante sim para a minha carreira, acho que ali independente de ganhar o prêmio é um trampolim pra todo mundo. Estou feliz de chegar onde cheguei e de chegar com meus amigos na final. Sei que daqui pra frente só coisas boas vão acontecer", comemora.
Além do prêmio de R$ 50 mil, Douglas ganhou vários prêmios, entre eles, dois carros. O ator disse que não atribui o sucesso a sorte e sim ao seu esforço. "Eu não sou sortudo, eu tenho muita garra. Essa é a grande realidade. Eu sou abençoado, me sinto abençoado", afirma. "Estou sabendo do preço da gasolina. Sou brasileiro raiz, estou por dentro de tudo que acontece no nosso país e não está fácil. Com certeza, vou vender um dos carros. Não tem necessidade de ficar com dois carros", brinca. 
O ator conta que ainda não teve tempo de pensar sobre o que vai fazer com os prêmios. "Cheguei 5h da manhã em casa, não dormi, só fiquei agarrado com a minha família, não deu tempo nem de a gente pensar sobre os prêmios. Vou sentar com a minha esposa, porque eu não posso decidir nada sozinho, dependo muito da decisão dela também pra gente ver o que é melhor pra nossa família", explica. 
Emoção
Durante o "BBB 22", Douglas se mostrou um dos participantes mais emotivos. Ele mesmo disse durante o programa que antes não se permitia chorar, mas que tudo mudou no reality. "Eu não me permitia chorar pela criação que eu tive. Minha mãe sempre se mostrou muito forte, teve cinco filhos, eu sou o segundo, e ela sempre foi sozinha. Teve cinco filhos, cada um de um pai, ninguém assumiu, nenhum registou... Ela teve dois empregos para sustentar a casa... Eu nunca vi minha mãe chorando, só uma ou duas vezes", relembra. 
"Dentro do BBB eu percebi que chorando eu fico mais forte, isso me faz mais forte. Não é vergonha nenhuma chorar, homem chora sim. Que bom que eu chorei. Aquilo me deu disposição para enfrentar tudo que eu passei naqueles 100 dias dentro do BBB, pra não deixar a saudade aqui de fora da minha família entrar de uma forma negativa, ficar numa bad... O DG antes era um cara que não se permitia fazer as coisas e hoje em dia eu me permito mais porque eu sei que vem coisas boas pra mim. Se eu me permiti chorar, foi porque isso resolveu muitas coisas na minha vida", continua. 
"Inclusive, questões que eu achava que estavam fechadas e hoje eu vi que não. Por exemplo, a minha questão com meu pai. Eu achava que já estava sarado daquilo e não estava". O ator revela que não conhece o pai e vai conversar com a esposa, Carolina, para ver como vai lidar com a situação. 
"Não conheço meu pai, não sei quem ele é. Provavelmente, já esbarrei com ele na rua, dei bom dia, boa tarde... Tive uma conversa com o Scooby dentro da casa que me emocionou muito. Cada um tem seu ponto de vista, independente de sua classe social, de seu jeito de viver. A gente (ele e Scooby) tem uma realidade muito próxima, muito parecida. Vi a história dele com o pai e como ele agia com aquilo e ele me impressionou, fez com que eu criasse força pra reabrir essa situação", explica.
Amizade com Pedro Scooby e Paulo André
Durante todo o programa, a amizade entre Douglas, Scooby e PA ficou evidente. Os três não se desgrudavam e se permitiam muitas demonstrações de carinho e afeto. "Essa relação que a gente teve ali dentro é a mesma relação que eu tenho com meus amigos aqui fora. A gente não tem preconceito com nada, não tem essa que homem não beija homem. A gente tem a mesma vibe e isso foi magnífico. Segurou muito a gente ali dentro e fez que a gente se estendesse cada vez mais dentro do jogo. É bom a gente demonstrar esse afeto entre homens e ver que não tem preconceito", afirma. 
O ator lembra que também já recebeu olhares espantados por gostar de dançar. "Igual quando eu danço. Eu lembro que as vezes eu ia no baile e meus amigos ficavam parados. Eu rebolava, ia até o chão e não queria nem saber. É sempre essa alegria. Isso não quer dizer nada, quer dizer que eu sou feliz, que eu me permito", sentencia.
Jogador neutro
O ator explica o motivo de não ter se jogado de cabeça nas estratégias de jogo e afirma que sempre procurou se dar bem nas provas. "Eu entrei no jogo querendo dar chances de conhecer as pessoas. Não queria entrar e fazer um grupo para atacar ninguém. Eu estaria pré-julgando as pessoas, e isso não faz parte de mim. Não queria ser influenciado e nem influenciar ninguém. Cada um tinha que jogar do seu jeito como eu fiz", diz. 
As coisas mudaram depois do jogo da discórdia em que Douglas recebeu várias placas dos colegas de confinamento. "Algo mudou quando fui para o jogo da discórdia e levei todas as plaquinhas. Quando me relaciono com alguém é difícil separar o jogo da relação pessoal. Como falo com uma pessoa de manhã e de noite voto nela? Mas quando vi todos fazendo isso, pensei em virar a chave e fazer isso. Mas não fui do oito a oitenta, não sou uma máquina. Joguei do jeito que podia. Não estudei o BBB e nem fui a fundo. Joguei do jeito que cabia para mim. Fui feliz no jeito que joguei e não transgredi no caráter. A palavra da gente vale muito", completa. 
Desistir?
Douglas está realizado por ter chegado à final, mas revela que durante o jogo chegou a pensar em desistir. "O mais difícil foi absorver as pancadas. Tinha medo de ficar frágil e usar meus amigos pra desabafar. A gente criou uma amizade verdadeira e forte, mas todo mundo estava passando a mesma situação. Toda vez que acontecia algo, me chateava. Eu absorvia calado. Eu vi que tenho que conversar sempre com meus amigos, me permitir mais. Mas tinha medo de sobrecarregar as pessoas com isso. Uma vez conversando com Scooby, ele me disse para falar e conversar, mas ali o desgaste emocional é tão grande, que eu absorvia sozinho. Pensei mesmo em algum momento desistir, porque não precisava disso. No Jogo da Discórdia as pessoas falaram coisas que não sou. Coisas que nunca ouvi na vida. Mas graças a Deus me mantive forte e fiquei".