Rio - A porta-bandeira da Estação Primeira de Mangueira, Squel Jorgea anunciou o fim de sua carreira na noite desta terça-feira (14), em suas redes sociais. Squel, de 38 anos, estava há oito anos à frente do pavilhão da Verde e Rosa.
"A decisão em parar de dançar, que vinha me rondando, ganhou forças. Na verdade, quem é próximo à mim, ou assistiu algumas lives que fiz, sabe que esse assunto sempre foi citado em minhas conversas. Sempre questionei a hora de saber parar e como parar. Admiro quem fez essa escolha com sabedoria e maturidade", disse Squel na postagem.
"Vivo o carnaval de forma intensa há 23 anos, desde os meus três anos como segunda porta-bandeira na Grande Rio e, ao longo dos meus 20 anos como primeira porta-bandeira. Completei no último carnaval um número que me deixa feliz com relação à minha carreira, vinte anos exercendo esse ofício, foi um grande aprendizado", complementou a porta-bandeira.
Squel também agradeceu as agremiações onde passou, principalmente a Mangueira, que é sua escola de coração, "Poder encerrar a minha trajetória na minha escola, é uma honra! Obrigada Grande Rio pela oportunidade que deu início à minha caminhada. Obrigada Mocidade por ter me ensinado tantas coisas em tão pouco tempo. E gratidão à ti Mangueira, por dar vida à um sonho de menina. E tinha que ser na minha Verde e Rosa, a minha despedida. Aos Mangueirenses, obrigada por todo amor que vocês me ofertaram ao longo desses nove anos de convivência. Vocês são os melhores torcedores desse mundo", completou.
Mais cedo, no mesmo dia, a Mangueira tinha anunciado em suas redes sociais a saída da componente da agremiação. "Tivemos a imensa felicidade de ter, por oito carnavais, o brilho, o talento e o lindo sorriso da nossa porta-bandeira Squel Jorgea conduzindo brilhantemente nosso estandarte na Sapucaí e por onde a Mangueira se fizesse presente", disse a escola no comunicado oficial.
Squel começou a desfilar como porta-bandeira pela Grande Rio em 1999, três anos depois ela passou a ser a primeira porta-bandeira da agremiação. Em 2013, ela foi para a Mocidade Independente de Padre Miguel, onde ficou à frente da escola de samba até 2014, quando foi para a Mangueira, ficando até o Carnaval deste ano.
Seu companheiro de escola, o mestre-sala Matheus Olivério também postou um agradecimento a Squel em suas redes sociais. "Você é umas das minhas referências na arte de Mestre-Sala e Porta-bandeira. Sua trajetória é histórica! Agradeço pela oportunidade de dançar ao seu lado, e desejo que tudo de bom nessa vida se realize para você, que seus novos rumos sejam repletos de luz e emoção iguais você nos transmitiu", disse Matheus na postagem.
Mangueira já tem uma nova porta-bandeira
A Mangueira já tem uma nova porta-bandeira para o lugar de Squel Jorgea. Cyntia Santos estará à frente do pavilhão da Verde e Rosa no Carnaval 2023. O anúncio foi feito pela agremiação na noite de terça-feira (15).
"É uma expectativa imensa, a emoção me consome. Nunca pensei em um dia empunhar o pavilhão da maior Escola de Samba do Planeta. Recebi a ligação da presidenta Guanayra Firmino e foi um susto tão grande e ao mesmo tempo uma honra inexplicável. Os mangueirenses podem esperar muita dança, muita dedicação e muito respeito a esse manto verde rosa!", disse a nova componente.
Cintya é filha e neta de porta-bandeira, cresceu no samba e iniciou a carreira no projeto do Porto da Pedra. Ela passou por escolas como Engenho da Rainha, Unidos da Ponte, Paraíso do Tuiuti e Unidos do Porto da Pedra, onde estava até o carnaval deste ano.
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