'A Trança', de Laetitia Colombani, vai virar filme com roteiro adaptado pela própria autora
'A Trança', de Laetitia Colombani, vai virar filme com roteiro adaptado pela própria autoraDivulgação
Por TÁBATA UCHÔA
Livro de estreia da autora Laetitia Colombani, "A Trança" (Ed. Intrínseca. R$ 49,90) foi publicado em mais de 30 países e teve mais de 1,4 milhão de exemplares vendidos somente na França. A obra retrata a vida de três mulheres de diferentes nacionalidades, mas que têm a mesma sede de liberdade e de mudarem seus destinos. 
A primeira dessas mulheres é Smita, que talvez tenha a história mais chocante. Smita é uma dalit, membro da casta mais baixa da sociedade indiana. Apesar do sistema de castas já ter sido abolido da constituição, essa divisão social baseada nas crenças do hinduísmo ainda persiste na Índia. Por isso, Smita ainda é vista como uma "intocável". 
Publicidade
Moradora de um povoado pequeno e pobre, Smita trabalha recolhendo -- com as próprias mãos -- dejetos da casa das pessoas. Em recompensa por seu trabalho, Smita não recebe um salário. Ela ganha apenas restos de comida e roupas velhas das famílias para as quais trabalha. Smita tem uma filha de 8 anos e sonha com um destino melhor para a pequena Lalita. A tentativa de colocá-la em uma escola para aprender a ler e escrever, no entanto, não dá certo. Por isso, Smita segue em uma penosa jornada com a filha para tentar um futuro melhor. 
Já Giulia é a filha caçula de uma família tipicamente siciliana, que sobrevive há gerações da venda de perucas confeccionadas em uma pequena oficina. Forçada a assumir o negócio da família, Giulia se surpreende ao perceber que a oficina está falindo. Ela, então, terá que escolher entre a sua felicidade ao lado do homem que ama e a saúde financeira da família. 
Publicidade
E a canadense Sarah é uma típica workaholic. Prestes a ser promovida no escritório de advocacia no qual trabalha, Sarah faz de tudo para ser sempre a mais eficiente e não ser vista como fraca. Quando ficou grávida, por exemplo, seus colegas nem perceberam. Agora que as crianças estão grandes, ela não as menciona, para não ser vista como uma "mãe", uma mulher que pode ter que abandonar tudo para ir ao encontro dos filhos. O problema é que Sarah fica gravemente doente e um câncer é bem mais complicado de esconder do que uma gravidez. 
No decorrer do livro, o leitor pode chegar a ficar em dúvida se as histórias dessas três mulheres vão se cruzar ou não. Há sensação de se estar lendo três contos diferentes, sem nenhuma ligação. Mas na reta final, a autora faz com que os caminhos dessas três mulheres seja levemente entrelaçado. 
Publicidade
"A Trança" é um livro sobre fé e esperança. Sobre lutar por dias melhores e encontrar seu lugar no mundo. O livro provoca muitas reflexões sobre a condição feminina na sociedade e sobre as diferenças sociais. Em breve, o livro chegará aos cinemas com roteiro adaptado pela própria autora.