’Pachinko’ mostra a vida de imigrantes coreanos no JapãoDivulgação
Mas, ao se ver em perigo, cercada de mal-intencionados japoneses, Sunja é salva justamente por Hansu e acaba passando a confiar no homem, que mais tarde se torna seu amante. A jovem sonha em casar com o empresário, mas ao descobrir - já grávida - que ele é casado no Japão e tem duas filhas, Sunja decide se afastar.
Para manter sua honra e não destruir a reputação de sua família, Sunja aceita se casar com um jovem pastor, que não vê problemas em assumir o filho de outro homem. Os dois, então, se mudam para o Japão para tentar uma vida melhor, mas a situação dos imigrantes coreanos no Japão não é nada fácil.
Min Jin Lee usa a história de pessoas simples para mostrar como foi dura a ocupação da Coreia pelo Japão, com o idioma coreano proibido, as pessoas tendo que adotar versões japonesas de seus nomes, a escassez de comida, a absurda situação das mulheres coreanas, transformadas em escravas sexuais, “mulheres de conforto”, para o exército japonês.
"Pachinko" é um livro que fala sobre honra, identidade, amor e pátria. Os descendentes de coreanos, mesmo nascidos no Japão, não eram considerados japoneses. Sofriam discriminação, precisavam de um passaporte coreano e era uma dificuldade entrar e sair do país. Mas, ao retornar para a Coreia, essas pessoas também não eram consideradas coreanas, e também sofriam preconceito por terem abandonado sua pátria. Se é assim, a qual lugar essas pessoas pertencem?
O livro não é focado nos acontecimentos históricos, mas eles estão sempre ali permeando a vida dos personagens. A ambientação e o espaço são muito bem definidos, a narrativa é linear, sem idas e vindas, tornando "Pachinko" uma leitura muito fácil e rápida. O enredo é envolvente e os personagens são cativantes, deixando a leitura bastante prazerosa e impossível de largar.
Em breve, “Pachinko” vai ganhar uma adaptação para as telas pela Apple TV.
Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor.