Lázaro Ramos e Taís Araújo gravaram juntos em casa na pandemiafotos Globo/Divulgação

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Filipe Pavão*
Rio - Depois de quase um ano de pausa, a novela "Amor de Mãe" está de volta ao horário nobre da Globo, nesta segunda-feira, com capítulos inéditos e promete muitas reviravoltas. Depois de acontecimentos emocionantes na primeira fase, a trama de Manuela Dias insere o contexto da pandemia da Covid-19 nos desafios cotidianos das protagonistas, Lurdes (Regina Casé), Vitória (Taís Araujo) e Thelma (Adriana Esteves). Taís revela, inclusive, que se surpreendeu quando recebeu os novos capítulos.
“Achava que a história da minha personagem tivesse acabado. Comecei a novela com um filho e terminei (a primeira fase) com três, já encontrei o amor da minha vida, o Raul (Murilo Benício). Parecia um conto de fadas. Mas, quando eu peguei os capítulos novos, eu me surpreendi porque ainda tem muita coisa que a Manuela tirou da cartola. Eu fiquei bem surpresa com dois fatos dentro da minha história”, conta a atriz, sem dar grandes spoilers.
Como o público pode conferir na primeira etapa, Vitória é uma advogada bem-sucedida e que prioriza a carreira em relação a vida pessoal, mas o amor pelos filhos lhe proporcionou transformações importantes ao longo da trama. Taís conta que aprendeu bons ensinamentos com a trajetória da sua personagem.
“Eu só aprendi com a minha personagem. A maternidade foi muito transformadora para a Vitória. A gente tem que olhar para eles com muito respeito e gratidão porque se tem alguém capaz de mudar a vida de uma pessoa, tanto de uma mulher como de um homem, são os filhos. Eles têm um poder de transformação gigantesca na mão deles”, conta a atriz, que é mãe dos pequenos João Vicente, de 9 anos, e Maria Antônia, de 6, frutos do casamento com o ator Lázaro Ramos.
Mulheres reais
Taís faz um paralelo entre a história escrita por Manuela Dias e a vida real. Ela ressalta que a trama retrata mulheres reais, que são humanas e tem seus momentos de força e de fragilidade. Assim, contribui para descontruir os estereótipos de que mulher precisa ser guerreira o tempo todo ou que ela é o sexo frágil. Apesar de pensamentos opostos, ambos estão presentes na sociedade.
"A gente não é o sexo frágil, que tentaram colocar na gente durante muito tempo, nem a guerreira, que tem a obrigatoriedade de estar sempre pronta e capaz de fazer tudo. Não é bem assim. Os dois lados tiram a nossa humanidade. A gente pode ser forte, a gente pode ser frágil, a gente pode ser vulnerável. Não é o tempo todo que a gente vai dar conta. Essa é a narrativa que a Manuela procurou na novela e é isso que a gente tem buscado na sociedade também", reflete.
Gravações em casa e em família
Antes de retornar às gravações de "Amor de Mãe" no segundo semestre de 2020, Taís encenou um episódio da série “Amor e Sorte”, junto com o marido Lázaro, sobre o convívio de casais durante o período de isolamento social. Gravado inteiramente em casa e com o auxílio online da equipe técnica, o projeto foi importante para a sua saúde mental.
“'Amor e Sorte' me salvou. Poder trabalhar foi muito importante naquele momento. Era bem diferente porque tinha uma equipe remota, mas a gente fazia tudo sozinho. A gente fez dentro de casa”, reforça Taís, que manteve um lockdown próprio até o momento de retornas as gravações de “Amor de Mãe”.
Retorno aos estúdios da Globo
Apesar do medo da Covid-19, Taís conta que ficou feliz quando pode retornar aos estúdios da Globo. Com carinho, ela recorda do momento em que chegou ao local de trabalho e pode olhar nos olhos dos amigos e saber como eles estavam. Ela ainda lembra que cantava enquanto dirigia por estar tão feliz.
“Sair para trabalhar realmente foi uma experiência muito especial. A gente estava reaprendendo a andar em um momento que ainda não se sabia muito sobre sair de casa. Eu lembro que fui trabalhar ouvindo Alcione nas alturas e cantando. Fazia tempo que eu não cantava. Desde que sou adolescente, eu só canto quando estou feliz. E essa foi a primeira vez depois de meses”, confessa Taís.
No meio de tantos testes de Covid-19 e protocolos de segurança, a atriz consegue relembrar também de um momento descontraído dos bastidores. Ela teve de regravar uma cena por estar usando a máscara, mas a sequência não pedia o uso do acessório.
“Eu fiquei muito tempo dirigindo de máscara até que alguém me disse que não precisava porque só tinha eu dentro do carro. E só me toquei disso no final da gravação, inclusive, porque tive de regravar uma cena na qual eu estava dirigindo de máscara. Me falaram assim: “Thais, não precisava, amor. Você está estragando a cena com a máscara. Vamos ter que refazer”, conta Taís, aos risos. 
* Estagiário sob supervisão de Tábata Uchoa