A estilista e empreendedora Silvana Louro decidiu trabalhar para esse público há 7 anos e criou a Equal Moda Inclusiva, onde atua para dar mais representatividade, autonomia, conforto e autoestima para esse grupo. A marca confecciona roupas em duas versões: com e sem adaptação. Para construir o conceito, Silvana contou com a participação de fisioterapeutas e importantes associações, como a ANDEF e o Instituto Benjamin Constant.
- Considero a moda meu instrumento de inclusão. A importância da pessoa com deficiência se vestir sem sentir dor é inenarrável. Transformar essa experiência de dor para o conforto, de dependência para a autonomia é algo maravilhoso. Nosso trabalho fortalece a identidade, o empoderamento e a autoestima, que são ações urgentes e necessárias – explica Silvana.
A estilista trabalhava produzindo catálogos, desfiles e eventos e foi durante uma viagem para um trabalho voluntário que decidiu entrar nesse ramo. Ela então desenvolveu parcerias com importantes marcas convencionais, adaptando peças da sua coleção para PcDs, com lançamentos em shoppings de todo país. Hoje ela também faz parte do seleto grupo do Sebrae Moda Sustentável.
- Meu primeiro trabalho fora da área de moda foi com paratletas. Nunca tinha conhecido uma pessoa com deficiência. Fiquei impactada com as dificuldades que eles tinham para se vestir. Então criei e produzi o primeiro uniforme paralímpico adaptado do mundo, que foi usado pela delegação fluminense nas Paralimpíadas Escolares de 2015. Esse uniforme estará no novo acervo do Museu Paralímpico do Engenhão, como um legado nacional. Nunca mais parei. É um trabalho apaixonante e desafiador. Ressignificou a moda para mim - explica a estilista.
Entre as peças produzidas pela marca estão itens como a calça comprida para cadeirantes, com zíper na lateral para facilitar na hora de vestir; casaco que possibilita vestir com manipulação mínima, evitando dores e desconfortos; camisas com abertura frontal em ímãs laváveis, para pessoas que têm dificuldades ou que simplesmente não gostam de abrir botões; além de peças com etiqueta externa em braile que indica a cor da peça.
Confira algumas dicas especiais da estilista para mulheres com deficiência:
1 - Usar pochetes moderninhas ou clássicas presas nas pernas (no colo) e não na cintura. Isso libera os braços e seus itens pessoais ficam com fácil acesso para suas mãos. Nós temos pochetes para cadeirantes no site. Afinal, que mulher não gosta de uma bolsa?
2 - A nossa calça comprida com zíperes laterais viabiliza a colocação da(s) prótese(s) para amputadas inferiores. Imagine só você precisar encaixar uma prótese de perna com calças compridas fechadas nas laterais? É muito complicado.
3 - As cadeirantes podem aumentar/subir o cós traseiro das suas calças para que elas não desçam no final do dia. A maior reclamação delas é que voltam para casa “pagando cofrinho” ou seja, constrangedor.