Muitas mulheres não sabem, mas ter secreção é super comum. Em alguns casos ela pode ser um sinal de alerta. - Divulgação
Muitas mulheres não sabem, mas ter secreção é super comum. Em alguns casos ela pode ser um sinal de alerta.Divulgação
Por O Dia
Meninas, vamos falar de um assunto muito íntimo, mas que ainda traz muitas dúvidas e incômodos para nós mulheres? Qual mulher nunca passou por isso? A secreção vaginal que aparece na calcinha. Mas calma, ela, por si só, não é motivo para pânico! Muita gente não sabe, mas ter secreção é super comum. Em alguns casos ela pode ser um sinal de alerta.

Essa secreção de líquidos é natural e mantém a vagina limpa e lubrificada, além de evitar infecções provocadas pelo desequilíbrio da flora vaginal. O fluido geralmente é transparente, esbranquiçado, com aparência leitosa e não tem cheiro forte, mas vale lembrar que nem sempre esse líquido é igual.

Segundo Mariana Betioli, obstetriz e fundadora da marca de coletores menstruais Inciclo, o corrimento pode mudar de aspecto em alguns contextos específicos, como por exemplo, durante as diversas fases do ciclo menstrual.

- Em certos dias do mês, a secreção aumenta. Isso acontece porque a produção do líquido é estimulada pelo estrogênio, um hormônio que está presente em maior volume perto da ocorrência da ovulação e também durante a gravidez. Além da menstruação, o uso de absorvente interno, medicamentos, chegada da menopausa, hábitos de higiene e outras situações também influenciam na natureza da secreção vaginal – explica Mariana.

Fique atenta às dicas da especialista e observe as cores da secreção:

Branco: é bem provável que seja um corrimento normal, porém, se há mau odor e aparenta ter placas brancas ou acinzentadas (como a textura de queijo cottage), pode ser sinal de vaginose bacteriana. Se for uma secreção branca acompanhada de ardência, coceira ou vermelhidão, pode ser candidíase.

Marrom: costuma indicar a presença de sangue. Pode ser restinho de sangue coagulado da menstruação, irritação no canal vaginal após a penetração ou uso de duchas vaginais, mas também pode ser sinal de infecção. A secreção marrom também pode sugerir implantação do embrião nos primeiros dias de gravidez e, muito menos frequente, ser um sintoma de gravidez ectópica.

Amarelo: corrimento levemente amarelado e sem cheiro pode ser normal. Mas se for acompanhado de mau cheiro e aparência purulenta, com aspecto de pus, pode ser sinal de inflamação, devido a infecções, como por exemplo clamídia ou gonorréia.

Amarelo-esverdeado: corrimentos com essa coloração e odor bem desagradável costumam indicar tricomoníase.

Cinza: corrimento acinzentado com cheiro forte, espesso, que se agrupa em placas como queijo cottage, costuma ser sinal de vaginose bacteriana.

É importante ficar de olho no corrimento e notar se está acompanhado de irritação, coceira, vermelhidão, ferida ou ardência. "Consultar um profissional de saúde para avaliar o seu quadro é fundamental, já que alguns sinais podem indicar infecções, alergias ou até mesmo algumas doenças", alerta a especialista.

Dicas de como evitar infecções e manter a saúde íntima

Sabendo dos sintomas e o que significa cada aspecto do corrimento, fica mais fácil entender como cuidar da região íntima do jeito certo. Confira algumas dicas que podem ser aplicadas no dia a dia para a prevenção de doenças nesta região. 

Ventilação em primeiro lugar: “A melhor alternativa é usar roupas que deixem a região genital mais ventilada", indica. “Evite calças jeans e outras peças mais justas e apertadas para dar preferência a saias, vestidos e shorts mais folgados, além do uso de calcinhas de algodão, para ajudar na transpiração da vagina”.

Durma sem calcinha: o ideal, inclusive, é dormir sem roupa íntima para deixar a vulva “respirar”, de acordo com a especialista. “A dica é deixar que a região íntima ‘respire’ livremente em pelo menos alguns momentos do dia”, afirma Mariana.

Evite roupas molhadas: “Evite ficar muito tempo com as roupas molhadas, como biquínis e maiôs, pois a umidade facilita a proliferação de fungos e bactérias e pode resultar em outras infecções”, ressalta.
Para quem costuma deixar as peças íntimas secando no banheiro, muita atenção. “Não tem nada de errado em lavar a calcinha no banho usando um sabonete neutro. O problema é deixar a calcinha secando no box. O banheiro é uma região úmida; lá, sua calcinha vai demorar mais para secar e ter mais chance de atrair fungos e bactérias. Se você lava suas peças íntimas no banho, coloque suas calcinhas para secar no varal, que é um ambiente seco e arejado.”

Lave a região íntima do jeito certo: Algo fundamental para ajudar na saúde íntima é deixar a região limpinha. Só que há um porém: a limpeza não deve ser feita na parte interna, a vagina. A pessoa precisa lavar somente a vulva, que é a área externa. “A vagina é autolimpante, então pode esquecer ducha, sabonete ou qualquer outro tipo de limpeza interna. Já a vulva, só com água morna e os dedos, a pessoa consegue higienizar aqueles espaços entre os lábios internos e externos, para tirar uma eventual secreção.
Se quiser, dá para usar um pouquinho de sabonete neutro na vulva e na parte do monte de vênus, onde nascem os pelos. Após a limpeza, é só secar direitinho”, acrescenta Mariana.

Sexo com camisinha: Não pense que a camisinha durante a relação sexual evita apenas a gravidez. “A proteção no momento do sexo também diminui as chances de contrair doenças sexualmente transmissíveis e infecções”.

Cuidado extra durante a menstruação: Além disso, segundo Mariana, o coletor e o disco menstrual são opções mais saudáveis para a região íntima. “Os modelos mais comuns do mercado – os absorventes descartáveis externo e interno – não são os mais indicados. O absorvente externo abafa essa região e o sangue que fica em contato com a vulva começa a entrar em decomposição, o que também aumenta o risco de problemas”, aponta.