Jovem da Baixada Fluminense teve que amputar parte do dedo. Manutenção das unhas artificiais deve ser feita periodicamenteReprodução de internet

Meninas, vocês devem ter acompanhado o caso da Jenneffer Souza, moradora de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, que recentemente passou por cirurgia para retirar a ponta de um dedo devido à uma infecção causada pela manutenção incorreta nas unhas acrigel. Quero prestar aqui toda a minha solidariedade à ela e aproveitar para alertar vocês sobre os riscos e cuidados que devemos ter na hora de escolher as novas unhas. Para isso, vamos contar com dicas da dermatologista Robertha Nakamura, especialista no assunto.
É importante explicar que o problema de Jenneffer, que usa as redes sociais para contar a situação, começou depois que sua manicure aplicou fibra de vidro em sua unha. Em um dos vídeos publicados no Tik Tok ela diz ter achado normal o início dolorido, mas que passou a desconfiar com os dias. "Eu fiz a manutenção, e em alguns dias comecei a sentir a unha dolorida, mas para mim era normal, porque quando a gente faz costuma ficar um pouco dolorido". Bastou uma semana para que a inflamação  se agravasse a ponto de levar à internação hospitalar. Jennefer está a caminho da terceira cirurgia, marcada para a próxima terça-feira (5).
A doutora Robertha explica que "hoje em dia, o que está mais na moda entre os jovens e até entre os adolescentes é fazer o uso das unhas em acrílico, em gel ou em porcelana". Ela diz que "ambas são artificiais, usadas para o embelezamento e, principalmente, para que as unhas fracas fiquem mais duras". Fiquem atentas! "O uso constante precisa ser verificado porque tampona a unha natural e pode ser que ocorram algumas alterações, como o enfraquecimento, já que ocorre o desbastamento da superfície tanto para colocar quanto na hora de retirar a unha artificial". Ou seja, "remove-se a camada mais superficial e natural da placa ungueal (revestimento duro de queratina) que é o que deveríamos deixar ali".
A médica conta que o quadro da Jenneffer pode ter sido um caso de infecção bacteriana. "Ela começou a apresentar dor, e, por baixo da unha havia secreção. Acredita-se que esse tipo de infecção bacteriana seja causada por micro-organismos da própria pele. Geralmente, quando temos infecção na pele é isso que ocorre. Às vezes, e isso é mais raro, pode haver entrada de micro-organismos que não são próprios da pele e resistentes à medicação, que foi o caso da Jenneffer. Quando ela foi ao médico, receitaram um antibiótico direcionado às bactérias da pele e não houve melhora. Quando conseguiu fazer os exames foi diagnosticado  osteomielite, que é quando a bactéria entra no osso e vira uma infecção intraóssea". Neste caso, "se há demora para diagnosticar ela vira outro problema ainda pior e quebra o osso. Ela acabou perdendo a última falange do dedo acometido".
Nossa especialista faz uma alerta: as unhas artificiais podem acumular água na parte de baixo e isso pode criar um ambiente para proliferação de bactéria. Quando ela é resistente ao tratamento, por mais que você trate, ela vai proliferar. Principalmente quando não é a bactéria mais comum de acometer a região.
A médica pontuou o que ocorre de acometimento à saúde quando se usa essas unhas artificiais. "Pode carrear microrganismos embaixo dela. Se tirar uma cutícula, fazer uma limpeza da unha ou na hora de limpar por baixo fizer um pequeno machucado, já se cria uma porta de entrada para a bactéria que está ali. Ela entra e começa a fazer uma infecção purulenta no local. Isso pode causar uma celulite (infecção mais profunda), uma erisipela (processo infeccioso da pele) ou ainda pior, e mais raro, a osteomielite".
Em relação às dicas, a Robertha diz que "temos que tomar bastante cuidado com essas unhas e prestar atenção com o que está acontecendo na parte interna. Outra dica é retirar para limpá-las com maior frequência. "As vezes as mulheres deixam a unha transparente e a gente consegue observar a síndrome das unhas verdes, por conta de uma bactéria específica. Uma maneira simples de resolver este problema é utilizar o ácido acético, que nada mais é que o vinagre. O ideal é colocar um pouco de água, na proporção 3 por 1, e fazer imersão uma vez por semana. Ele modifica a função do pH do meio e evita que bactérias e fungos cresçam. É uma maneira preventiva. Mas a observação é ainda é o melhor cuidado".