Muito além das páginas: temáticas abordadas nas histórias chamam atenção para realidades e problemas enfrentados por milhões de brasileirosReprodução Instagram/Instituto Maurício de Sousa

Olá, meninas!
Quantas de vocês cresceram lendo as histórias da Turma da Mônica? Era uma delícia dar risadas com os quadrinhos mais famosos da literatura brasileira, que sempre traziam aventuras mirabolantes. E tenho certeza de que Mônica, Cebolinha, Cascão, Magali e companhia influenciaram e ajudaram na educação de muita gente. Foi o que aconteceu com a jornalista Priscilla Moraes. Durante a infância e adolescência, ela colecionou as revistas da Turma da Mônica e se divertia muito. Quando o filho dela, o Benedito, ficou maiorzinho, a primeira coisa que fez foi dar a ele de presente a coleção.
"Eu e meus irmãos praticamente aprendemos a ler com a revistinha da Mônica e essa coleção estava lá, guardada. E eu fiquei com muito medo porque as revistinhas na mão de criança nova se estragam. E aí, eu desapeguei. Mas ele lê do jeitinho dele, às vezes ele pede para gente ler para ele. Mas a maioria das vezes é ele lendo com a revistinha na mão. Já tem histórias que ele sabe de cor".
Priscilla explica que o fato de o filho de 5 anos ainda passar pela alfabetização não atrapalha. "Ele já sabe juntar letras, mas ele não tem a leitura rápida. Ele sabe narrar a história. As do Piteco, por exemplo, ele fala 'o Piteco andou e viu a Tuga, ele se escondeu dela e aí, ele viu um dinossauro'. E o curioso é que a minha mãe falava que eu fazia a mesma coisa. Às vezes, a revistinha estava de cabeça pra baixo e eu inventava as histórias. Mesmo que a criança não consiga juntar os sinais das letras, ela consegue compreender o que está sendo falado. E eu acho que esse é o primeiro passo para a leitura”.
Na casa da jornalista Fernanda Costantino, as revistinhas da Turma da Mônica foram logo escolhidas para ajudar o filho, Joaquim, de 6 anos na alfabetização. Mas Fernanda acredita que os quadrinhos vão além da simples leitura. "Ajuda muito nesta etapa que a criança está aprendendo a ler. Tem o apoio da imagem, dos próprios quadrinhos que sequenciam a narrativa. Além disso, as histórias trazem temas que ajudam a criança a saber mais sobre o mundo ao redor, sobre os sentimentos. Apoia também nessa descoberta do mundo".
Sabendo disso, o Instituto Maurício de Sousa, ligado à produtora da Turma, cria histórias que conscientizam sobre assuntos voltados para a sustentabilidade, combate ao preconceito e datas comemorativas, como o Dia Nacional da Reciclagem, por exemplo. Os quadrinhos são desenvolvidos através de parcerias entre o instituto e diferentes instituições. O projeto teve início em 2001, com o lançamento de uma revistinha para escolas do Norte e Nordeste do Brasil.
O consultor pedagógico Renan Salermo acredita que as histórias em quadrinhos colaboram com a formação leitora. "Esse texto na sala de aula vai abrir possibilidades desse estudante estar diante de diferentes linguagens. Ele vai conhecer as cores, os traços, a organização das páginas, os balões e as falas. Essa leitura vai também colaborar com a ideia de sequência. Os quadrinhos organizam um quadro após o outro. Isso, anos depois, vai colaborar com a coesão sequencial que é tão exigida dos alunos de ensino médio, por exemplo".
Que delícia é descobrir junto com os nossos filhos e acompanhar o crescimento e os interesses deles, não acham? Por isso, meninas, recomendo que vocês influenciem os pequenos a lerem. Existem livros voltados especificamente para diferentes idades, pensados para a mente em formação dessas crianças. É só com educação que a gente consegue fazer um mundo melhor.