Para o MPF, há três pontos principais em relação à destinação do Campo do Bomba:
Primeiramente, refere-se à titularidade do bem e a necessidade de proteção e adequada organização do patrimônio público, pois o imóvel está atualmente sob a titularidade do Incra. Por esse motivo, é necessário suspender, por ora, o aterramento na área, de forma inclusive a assegurar a proteção da confiança na condução de tratativas e do debate público sobre a destinação da área.
O segundo ponto correspondente ao interesse público a ser resguardado na eventual doação do bem pelo Incra, inclusive do ponto de vista socioambiental. Isso porque houve a concessão de uso à iniciativa privada da área para a implantação da Central de Abastecimento do Rio de Janeiro (CEARJ).
Por último, os impactos socioambientais de qualquer intervenção na área demandam prévia análise e estudos. Por conta disso, no último dia 11 de março, foi realizada uma audiência pública pelo MPF, com a participação de órgãos governamentais, para justamente tratar dos assuntos pouco esclarecidos dentro do projeto e dos impactos ao meio ambiente que esta obra causaria, principalmente sob a questão hidrológica que envolve o terreno.
“Caso seja feita essa doação, há o risco de sobrecarga no terreno, com aumento de inundação de corrente de elevação do lençol freático, com impactos também no âmbito do saneamento básico, uma vez que, com as ocupações irregulares na região,o Campo do Bomba cumpre a função de evitar as enchentes”, destaca o documento, enfatizando a urgência dos estudos.