Luellem de Castro estreia peça na Zona Norte do RioDivulgação

Duque de Caxias - Já foi o tempo dos contos de fadas em que princesas esperavam por príncipes encantados para salvá-las, e o final feliz para elas era o casamento. Assim como já foi o tempo em que princesa tinha de ser branca como a neve. Hoje a princesa é negra e tem mais com o que se preocupar do que casamento e príncipe salvador. Ela, sim, é a salvadora. E não de uma vida, mas de toda uma comunidade. Ou um reino, como é o caso de Preta de Ébano, personagem-título do livro de Gisela de Castro, que escreveu a obra inspirada no questionamento da filha: “Existem princesas negras?”. O livro virou peça, que agora chega à Zona Norte do Rio de Janeiro.

Graças ao Prêmio de Montagem Teatral da FUNARJ, “Preta de Ébano” – que estreou em julho no Teatro Glaucio Gill, em Copacabana – agora terá quatro sessões nos dias 3 e 4 de setembro (sexta e sábado), no Teatro Armando Gonzaga, em Marechal Hermes, espaço da Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa/FUNARJ. E, ainda em outubro, o espetáculo vai ter uma temporada on-line.

Preta de Ébano é muito mais do que uma princesa. Com suas perguntas, ela será capaz de salvar a si e ao seu reino, mas não fará isso sozinha. Ela vai contar com o poder da orientação ancestral das Três Senhoras. Juntas, elas vão pesquisar a magia das ervas, do tempo e do mistério.

Nas apresentações da peça no Teatro Armando Gonzaga, a atriz Luiza Loroza, que foi a narradora da saga da princesa negra, será substituída pela atriz, cantora e compositora Luellem de Castro. Atriz desde os 7 anos de idade, Luellem já fez diversos trabalhos, como “Pineal Ritual Cênico” (teatro), “Malhação Vidas Brasileiras” (TV Globo) e “Reality Z” (Netflix). No mundo da música, por enquanto tem três canções disponíveis em todas as plataformas musicais sendo uma delas “Recado”, que foi trilha sonora de sua personagem em “Malhação Vidas Brasileiras”.

“Fui indicada pela atriz principal, Luiza Loroza, pra substituí-la. O texto é uma gracinha. Eu amo teatro infantil e acho o máximo poder contar histórias. Eu não conhecia a autora e nem o resto da equipe, foi uma grata surpresa. A peça é superanimada, tem músicas ótimas, é encantada mesmo. A Luellem de oito anos ia amar. A de 25 amou também”, revela a empolgada atriz, que é cria de Caxias.

“Preta de Ébano” traz reflexões essenciais sobre igualdade de gênero, racismo e respeito à ciência. Valores importantes para formar novas gerações com menos preconceitos e mais conscientes. Preta de Ébano representa várias mulheres negras: mães, filhas, professoras, sábias, cientistas, heroínas.

A diretora Natália Balbino lembra que a história de Preta de Ébano ainda faz mais um paralelo com a situação que estamos vivendo agora. A princesa se isola com as sábias para encontrar – por meio dos saberes ancestrais sobre o poder de cura das plantas – a salvação para os problemas do reino. Exatamente como os pesquisadores debruçados sobre a ciência para produzir vacinas capazes de vencer a Covid-19.
“E ainda temos, aqui no Brasil, a Dra. Jaqueline Goes de Jesus, que sequenciou o coronavírus”, observa Natália, destacando a biomédica baiana, de 31 anos, coordenadora da equipe que sequenciou o genoma do vírus em 48 horas, tempo recorde em relação a outros países.

Ao lado de Luellem de Castro e Natália Balbino, temos o terceiro vértice da pirâmide, a terceira sábia: Maíra Freitas, compositora, pianista e cantora, que fez a trilha sonora do espetáculo.
Serviço: “Preta de Ébano”

Duração – 60 minutos

Classificação etária - LIVRE

Teatro Armando Gonzaga - Av. Gen. Osvaldo Cordeiro de Farias, 511 - Mal. Hermes

Dia 4 de setembro (sábado) – às 14h e 16h – sessões abertas ao público com ingressos a R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia-entrada)