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Por Bernardo Costa

Rio - Nos últimos anos de crise, as feiras que comercializam produtos de artesanato registram aumento de faturamento. Hoje, tem início a 18ª edição da Patchwork Design, com estandes de ateliês e lojas que produzem matérias-primas para confecção de peças em tecido ou prontos para venda, como vestuário, acessórios e objetos de decoração. O evento vai até sábado, no clube Monte Líbano, na Lagoa. Segundo o organizador Zeca Medeiros, a expectativa é movimentar cerca de R$ 4 milhões em volume de negócios. Se a expectativa for confirmada, será o maior patamar desde o começo do evento.

Para ele, a explicação para a estimativa positiva está na crise que se intensificou no ano passado. "Por dois motivos. Em relação ao artesanato em tecido, a atividade tem sido cada vez mais procurada por pessoas que querem explorar uma nova oportunidade de fonte de renda. Por outro lado, há o consumidor que procura no artesanato peças únicas, de boa qualidade e preço acessível", diz Zeca Medeiros.

Amanda Steyka, do Ateliê Cheiro de Pano, na Tijuca, será uma das expositoras do evento. A artesã, que comercializava bonecas e acessórios de pano apenas pela internet, abriu a loja física, na Praça Saens Pena. Agora, está de mudança para um espaço maior, na mesma região, pela segunda vez desde que abriu o ateliê, há quatro anos. A artesã, que trabalhava como caixa em uma farmácia, hoje garante o sustento a partir de trabalho manual.

Na Patchwork Design, o estande do ateliê Cheiro de Pano vai expor acessórios, como bolsas e necessaires, além das bonecas de pano, que são destaque no evento. Todos os produtos são feitos a partir da técnica que dá nome à feira e consiste na união de retalhos de tecidos variados. "O que mais vende são os moldes para a feitura das bonecas. As pessoas só precisam encher com fibra silicone e montá-las. Há também instruções com o passo a passo", explica Amanda.

OFICINAS E EXPOSIÇÃO

Além dos espaços dos expositores, a feira terá uma série de oficinas gratuitas, com inscrições feitas na hora e capacidade para 15 alunos por aula. Ao todo, serão oito oficinas por dia nos estandes dos expositores. "As pessoas irão aprender a fazer pequenas peças utilitárias, como porta-alfinetes. E sairão com as peças prontas. Teremos oito oficinas por dia, que vão acontecer a cada uma hora", diz Zeca Medeiros.

Em termos de negócios, o organizador destaca números que reforçam o bom momento por que passa o setor de artesanato feito a partir de tecidos. "No ano passado, tivemos uma segunda edição a pedido dos expositores. E registramos um aumento de 30% no faturamento em relação a 2016", exemplifica.

Segundo Zeca Medeiros, haverá participação dos principais artesões do país. O faturamento médio de cada um deles durante a feira, de acordo com o organizador, varia entre R$ 16 e R$ 60 mil.

Bonecas trazem caraterísticas culturais de diferentes regiões
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A feira Patchwork Design terá uma exposição internacional de bonecas de pano. Ao todo, serão 27 modelos feitos por artesão de vários estados brasileiros e de outros países. A mostra 'Boneca de pano é gente' marca o crescimento desse tipo de produto no mercado do artesanato.
Segundo Perla Rafaelly, uma das expositoras e curadora da mostra, as bonecas representam uma fatia de até 40% do segmento de produtos manuais feitos em pano.
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"As feiras de artesanato e as redes sociais são grandes colaboradoras para esse crescimento. O número de expositores ou artesãos que sustentam suas famílias com as vendas de bonecas, matérias e moldes para a confecção vem aumentando muito", diz a artesã.
Um dos destaques da exposição será boneca 'Mumbi Deusa da Criação', da artista plástica queniana Naomi Wanjiku. Já a brasileira Ana Paula Cavalari, artesã da cidade de Aracruz, no Espírito Santo, vai expor a boneca Frida. O modelo recebeu medalha de bronze na Exposição de Arte Bunkyo, na Sociedade Brasileira de Cultura Japonesa e de Assistência Social, em São Paulo, em 2015.
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"Cada boneca representa as influências étnicas e culturais de cada região de origem dos artesãos", diz Perla.
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