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Por Bernardo Costa

Rio - Na tentativa de reduzir tempo e custos nos processos seletivos, plataformas online de recrutamento e seleção estão utilizando a tecnologia para privilegiar os candidatos mais adequados para cada tipo de vaga. Os mecanismos usados compõem sistemas de inteligência artificial, que cruzam, de forma automatizada, dados sobre as necessidades das companhias com os anseios dos candidatos inscritos nas plataformas. O site vagas.com anunciou, na última semana, a implantação de um software que usa até mesmo a análise de expressões faciais nos processos seletivos. O dispositivo está presente na ferramenta de vídeo-entrevista, que acaba de ser lançada pela plataforma.

A tecnologia é um recurso estratégico e funciona da seguinte forma: em determinada etapa do processo seletivo, o candidato grava um vídeo em que responde a questões pré-determinadas pela empresa. A ferramenta analisa o conteúdo e prepara um ranking com os profissionais mais adequados para a vaga. A pontuação leva em consideração critérios como nuvem de palavras com os termos mais usados pelo candidato.

"Digamos que a oportunidade seja para um cargo da área financeira. Termos usados na vídeo-entrevista, como 'orçamento', 'negociação' e 'balanço', mostram se o candidato têm aderência para a vaga", exemplifica Luiz Braz, especialista em ciências de dados da vagas.com.

Já o dispositivo de reconhecimento de expressões faciais auxilia o recrutador a localizar algum ponto da entrevista que tenha uma informação relevante. "Não há nenhum juízo de valor, pois apenas cálculos matemáticos são necessários para reconhecimento dessas variações", explica Braz.

ENTREVISTA ÀS CEGAS

Fundada há dois anos, a plataforma de recrutamento Jobecam é focada nos vídeos e também elabora um ranking a partir de algoritmos que relacionam os candidatos mais adequados. O sistema transcreve áudios e identifica palavras-chave apontadas pela empresa no cadastramento da vaga. Na última semana, a startup implantou a funcionalidade de entrevista às cegas. "A imagem do candidato fica embaçada. O dispositivo elimina preconceitos e é indicado às empresas que prezam pela diversidade", diz Cammila Yochabell, CEO e fundadora da Jobecam.

Na WallJobs, quando uma empresa oferece uma vaga, o sistema analisa o banco de dados e oferece uma lista com 20 profissionais que têm o perfil do cargo. Já para o candidato, a navegação na plataforma é personalizada, pois ele visualiza apenas as oportunidades relacionadas a seu perfil. "Por isso, é importante que as pessoas preencham todas as informações solicitadas no cadastro, para que a máquina possa trabalhar por ele e indicá-lo às empresas certas", diz Henrique Calandra, fundador da WallJobs.

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