Gustavo Carneiro já treina para correr provas com mais de 42 quilômetros. Objetivo é se tornar ultramaratonista - Divulgação
Gustavo Carneiro já treina para correr provas com mais de 42 quilômetros. Objetivo é se tornar ultramaratonistaDivulgação
Por RENAN SCHUINDT

Rio - Gustavo Carneiro, que precisou amputar parte da perna esquerda devido a um câncer, conquistou medalhas em diversas modalidades esportivas. Diagnosticada com uma doença rara e incurável, Susana Schnarndorf compete como nadadora. Em comum, eles superaram limitações e contam suas histórias para inspirar pessoas. Gustavo e Susana fazem parte de um time que conta com o medalhista paralímpico Clodoaldo Silva. O grupo integra uma startup que conecta pessoas com deficiência a empresas que desejam motivar colaboradores com casos de superação.

Em pouco menos de um ano de funcionamento, a Converger já promoveu mais de cem palestras em todo o país. Cerca de 20 personalidades formam o time de inspiradores. Entre eles, o humorista Jeffinho Farias, que interpreta o Zé Olhinho no programa A Praça é Nossa (SBT) e Fernanda Honorato, primeira repórter com Down do Brasil. O formato de negócio empregado pela Converger chama atenção. Segundo o fundador Carlos Paes, o impacto social que pode ser causado no público está entre os itens mais destacados nas palestras. "Nem sempre as pessoas com deficiência se enquadram em um emprego formal. Elas também são motivo de inspiração para outras pessoas", diz o CEO.

Desde criança, Gustavo já era apaixonado por esportes. Foi campeão mineiro de tênis, peteca e squash. Em 2016, disputou sua primeira maratona. No ano seguinte, precisou amputar a perna. Mas isso não fez com que parasse de competir. "Meu propósito é mostrar às pessoas que devemos ter serenidade diante dos desafios", conta.

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SUPERAÇÃO

Aos 37 anos, Susana era triatleta. Após o diagnóstico da síndrome Shy-Drager, doença degenerativa que afeta os músculos do coração e pulmão, os médicos disseram que ela teria apenas dois anos de vida. Treze anos depois, ela se tornou nadadora em competições adaptadas e segue superando as expectativas. A motivação veio dos filhos e da paixão pelo esporte. "A doença piora. Mas eu fico mais forte", diz a medalhista paralímpica.

O Grupo Proativo, que organiza eventos de educação executiva como o Super Jornada do Sucesso, está entre os clientes da empresa. Para o diretor Tadeu Lockermann, a palestra também ajuda a mostrar ao público que sempre é possível superar desafios. "A trajetória dos palestrantes é capaz de transformar outras vidas", argumenta.

NECESSIDADE DE QUALIFICAÇÃO

Para aqueles que desejam ganhar a vida motivando outras pessoas, é importante buscar preparo antes de subir ao palco. No Brasil, há empresas especializadas em oferecer esse tipo de assessoria. Oratória e presença de palco estão entre os assuntos estudados pelo futuro palestrante. No entanto, ter uma boa história de superação é fundamental para fazer sucesso na carreira. "Contamos com uma equipe de profissionais que ajuda o orador a se preparar para encarar o público. É um mercado promissor e deve ser levado a sério", afirma Carlos Paes, CEO da Converger.

Dados da Associação Brasileira de Treinamento e Desenvolvimento (ABTD) mostram o crescimento deste mercado. Hoje, o país conta com um grupo de aproximadamente 150 palestrantes considerados 'de ponta'. Os valores de cada apresentação podem variar entre R$ 20 mil e R$ 50 mil. Já o cachê daqueles que estão no início da carreira pode chegar a R$ 5 mil.

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