Thalita durante ação voluntária do grupo Global Shapers, do Fórum de Davos, em comunidade do Rio - Divulgação
Thalita durante ação voluntária do grupo Global Shapers, do Fórum de Davos, em comunidade do RioDivulgação
Por Bernardo Costa

Rio - Na próxima semana, a edição 2019 do Fórum Econômico Mundial de Davos, na Suíça, terá a presença de uma jovem empreendedora do Rio. Thalita Gelesnske, de 29 anos, arruma as malas e prepara o check list com os conhecimentos que pretende aprofundar por lá. No ano passado, ela pediu as contas em uma grande empresa, onde atuava no setor de RH, para abrir o próprio negócio. A plataforma Blend Edu, que entrou em atividade há apenas seis meses, busca disseminar no meio corporativo estratégias de diversidade e inclusão. O objetivo da empresa de Thalita é justamente um dos temas que estarão em debate no encontro anual em Davos, que reúne os principais líderes globais.

"Informei à organização que me sinto mais à vontade nos temas empoderamento feminino, direitos de pessoas LGBT, e o desenvolvimento da empatia como competência-chave para a formação de equipes inclusivas e diversas nas empresas. Há a possibilidade que eu seja convidada a participar de mesas de discussão sobre esses assuntos e novos negócios de impacto social", explica Thalita.

Ela faz parte do grupo 'Global Shaper'. Criada pelo Fórum em 2011, a rede potencializa jovens que criaram projetos capazes de provocar impactos positivos na sociedade em 169 países. As inscrições para participar do Fórum Econômico Mundial foram divulgadas entre os membros do grupo. Thalita foi a única brasileira selecionada.

Thalita Gelesnke, fundadora da Blend Edu, durante consultoria em uma empresa privada - divulgação

Plataforma digital

Após um mapeamento da cultura organizacional das empresas, a Blend Edu elabora consultorias personalizadas que mostram como implantar um time de colaboradores de diferentes gêneros, raças, orientação sexual, idade e origem. E o quanto isso pode ser produtivo para os negócios.

"A atitude não é positiva apenas do ponto de vista moral. É também fundamental para se atingir melhores resultados e inovar. A partir de vários pontos de vista, é possível resolver problemas complexos com mais facilidade e entender melhor o cliente final. Além disso, os estudos mostram que empresas que prezam pela diversidade conseguem reter talentos", analisa Thalita.

Segundo ela, o programa vai além de cursos e palestras customizadas e propõe experiências. Em dezembro, ela utilizou um modelo que reproduz um trecho de calçada com obstáculos para uma ação envolvendo funcionários do Metrô Rio, um dos clientes da Blend Edu. A ideia era fazer os colaboradores se colocarem no lugar de algum cadeirante em locomoção pela cidade.

Neste ano, o objetivo é ativar outra proposta da Blend Edu, a 'Comunidade Diversidade SA'. No ambiente virtual, gestores de diferentes empresas terão acesso a conteúdo sobre diversidade e poderão interagir entre si numa rede social própria. "Isso tornará a discussão permanente", defende.

Bolsa nos Estados Unidos ajudou a estruturar o projeto da empresa

Quando a empresa Blend Edu era ainda um projeto, Thalita Gelenske foi aprovada no Programa de Bolsa de Estudos Profissionais da Iniciativa Jovens Líderes das Américas (Ylai, sigla em inglês). Promovida pelo governo americano, a iniciativa selecionou 250 jovens empreendedores de 36 países da América Latina e do Caribe para programas de capacitação. O DIA contou a história na edição de 27 de setembro de 2017 (foto ao lado).

Segundo Thalita, a viagem aos EUA foi fundamental para desenvolver a empresa. "Tive contato com diretores de Diversidade de empresas como Dell, PayPal e Facebook. A experiência deles no assunto me ajudou a estruturar a empresa". Em seguida, a Blen Edu foi selecionada para participar do InovAtiva Brasil, programa de aceleração do governo federal em parceria com Sebrae.

 

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