Tripulantes de navio cruzeiro são investigados por suspeita de rubéola - Divulgação
Tripulantes de navio cruzeiro são investigados por suspeita de rubéolaDivulgação
Por Bernardo Costa

Rio - A maré já foi melhor. Na temporada de 2010/2011 por exemplo, 30 navios atracaram na costa brasileira. Mas os atuais sete transatlânticos que chegam para os cruzeiros no país ainda provocam um forte impacto na economia. Segundo a Associação Brasileira de Cruzeiros Marítimos (Clia Brasil), a expectativa é que sejam gerados 30 mil vagas diretas e indiretas nesta temporada, que começou em novembro deste ano e vai até abril de 2019. A estimativa de oportunidades de emprego é puxada pelo aumento no número de cruzeiristas.

De acordo com a Clia Brasil, serão 560 mil leitos, 15% a mais do que na temporada passada. E o impacto econômico previsto é de R$ 2 bilhões. As oportunidades geradas com as viagens contemplam atividades dentro e fora do navio. "Os empregos cresceram em relação às duas últimas temporadas. Isso porque o número de leitos por navio aumentou e as embarcações estão chegando mais cedo e saindo mais tarde da costa brasileira", explica Marco Ferraz, presidente da Clia Brasil.

Segundo o levantamento da associação, os 30 mil empregos previstos para esta temporada 2018/2019 se referem a vagas de trabalho para tripulantes e na cadeia de apoio, que envolve agências receptivas de turismo, bares e restaurantes, meios de transporte, rede hoteleira e comércio (presentes).

Para os tripulantes, que atuam nos navios, há funções diversas. Um pré-requisito fundamental é ter inglês avançado ou fluente. Para Marco Ferraz, os brasileiros se destacam como garçons, na brinquedoteca, nas atividades de entretenimento, arrumação de quarto e na cozinha. Os contratos são firmados por períodos de cerca de sete meses.

Salário em dólar ou euro

Dentre as vantagens do trabalho embarcado, o salário em dólar ou até em euro. "Fora as gorjetas, que costumam ser altas. É uma cultura do estrangeiro. Além disso, a estadia e alimentação estão incluídas", diz Ferraz.

De acordo com a Lei Federal de Cabotagem, os navios que permanecem no país por mais de 30 dias precisam ter cota mínima de 15% de tripulantes brasileiros. Porém, mesmo os navios que operam no exterior escolhem profissionais do Brasil. "Não é interessante para as companhias ter uma nacionalidade dominante entre os tripulantes, pois isso acaba gerando problemas de relacionamento. Os brasileiros são muito procurados por serem autênticos, extrovertidos, atenciosos e terem muita energia para trabalhar", avalia Marcelo Del Bel, executivo da Infinity Brazil, empresa responsável pelo recrutamento de mão de obra para cruzeiros.

O executivo enumera outros benefícios: "É uma experiência enriquecedora, pois é possível conhecer diversos países e conviver com dezenas de nacionalidades a bordo. Ainda há um plano de carreira bem definido, com possibilidades de rápida ascensão".

Músicos em alta

João Marcello é baterista, e trabalha há seis anos em cruzeiros. Ele atua em navio internacional, que percorre o Norte da Europa e os países banhados pelo Mediterrâneo. Na última temporada, fez shows de abertura para a apresentação do Cirque du Soleil, só com ritmos brasileiros. "O músico brasileiro tem muita moral no exterior. Entre os passageiros, o sucesso é garantido", diz.

Cadastro

- Em fevereiro

A Infinity Brazil está selecionando candidatos para ocupar 250 vagas na empresa Norwegian Cruise Lines, que tem uma frota de 16 navios. As vagas são para as áreas de restaurante, limpeza e governança, bar, recepção e cozinha. Inscrições no site www.infinitybrazil.com.br.

- Outras empresas

Além da Infinity Brazil, as agências Rosa dos Ventos (www.rosadosventosbrasil.com.br) e ValeMar (www.grupovalemar.com) também fazem a seleção de profissionais para cruzeiros.

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