Na Shell, ao final do estágio, que tem duração de dois anos, os estudantes passam por avaliação para o programa de novos talentos
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Na Shell, ao final do estágio, que tem duração de dois anos, os estudantes passam por avaliação para o programa de novos talentos Divulgação
Por Bernardo Costa

A retomada dos leilões de áreas para exploração de petróleo e gás, com aquisições, nos últimos dois anos, de blocos na área do Pré-Sal por grandes empresas do setor começa a provocar impacto na geração de empregos. O movimento ascendente tem início este ano, com a projeção de 25 mil novas vagas no país, segundo a Associação Brasileira das Empesas de Serviços de Petróleo (Abespetro). O órgão estima que 55% dessas oportunidades surjam no estado do Rio, nas cidades de Macaé, Niterói, Maricá, Rio, Cabo Frio, Rio das Ostras, Campos, São João da Barra, Saquarema e Angra dos Reis.

De acordo com a Abespetro, há uma projeção crescente de vagas no setor até 2026, com intensificação de mão de obra daqui a dois anos, durante a fase de produção das áreas recém-adquiridas.

"Após as rodadas, as empresas entram na fase exploratória, onde é estudada a geologia e geofísica das bacias sedimentares. Ela dura em média de dois a três anos. Em seguida, tem início o desenvolvimento da produção, fase em que há o maior volume de investimentos e criação de empregos", explica Gilson Coelho, secretário executivo da Abespetro.

Outro fator que está puxando as contratações no setor é o plano de desinvestimentos da Petrobras. A avaliação é de Raphael Falcão, diretor regional da Hays, empresa que atua no recrutamento de profissionais para o segmento de petróleo e gás. "Haverá diminuição do protagonismo da Petrobras no refino. Com isso, outras empresas estão assumindo operações, com necessidade de contratação de pessoal", diz Raphael Falcão. 

Segundo ele, as empresas estão na fase de criação de projetos, o que abre oportunidades para cargos executivos em áreas como Geologia, Geofísica, Engenharia e Meio Ambiente. As vagas para funções operacionais, que envolvem as atividades offshore, virão na sequência. "O pico de oportunidades será no final de 2020", prevê Falcão.     

INVESTIMENTO DAS EMPRESAS

Em São João da Barra, no Norte Fluminense, a Gás Natural Açu (GNA) prevê a contratação de mão de obra local para a construção de duas usinas termelétricas no Porto do Açu. A empresa estima que sejam gerados 4,5 mil empregos diretos e 10 mil indiretos na região até 2023.

Em outra frente, a brasileira PetroRio adquiriu área no Campo Frade, na Bacia de Campos, há um mês. Segundo Jaume Verges, gerente de RH da PetroRio, caso a compra seja aprovada pelo governo a empresa irá dobrar a produção de petróleo. Ele estima cerca de 20 novas vagas este ano, em Geologia, Física, Engenharia, Logística e TI. 

Já a Shell Brasil, que adquiriu áreas nos últimos leilões da Agência Nacional do Petróleo (ANP), prevê a perfuração de quatro novos poços nas bacias de Campos e de Santos nos próximos anos. Para isso, a empresa está em processo de contratação de serviços de apoio logístico para as operações. E informa que estima um aumento na demanda de profissionais especializados, 'com contratações em toda a cadeia de negócio que envolve o setor de petróleo e gás'.

ENCONTRO DO SETOR

A 10ª edição da feira 'Brasil Offshore', que será realizada em Macaé, entre os dias 25 e 28 de junho, vai reunir os representantes da indústria de petróleo e gás. Segundo Daniel Pereira, gerente da Brasil Offshore, as boas perspectivas no segmento impulsionam as oportunidades de negócios e network profissional durante o evento, que irá apresentar as novas tecnologias do setor.

Vagas em aberto

EM MACAÉ E REGIÃO

A Prefeitura de Macaé informa que há vagas disponíveis para Eletricista, Inspetor de Solda, Projetista de Edificações, Projetista de Instrumentação, Projetista de Tubulação e Soldador. Mais informações na Secretaria Adjunta de Trabalho e Renda, na Rodovia Amaral Peixoto s/n, Barra de Macaé.