Professores precisam ser preparados para aplicar as novas regras - Reprodução/ Agência Brasil
Professores precisam ser preparados para aplicar as novas regrasReprodução/ Agência Brasil
Por Carolina Pavanelli

Há 5 anos, uma certa ansiedade ronda as escolas do Brasil, sentimento que se traduz em uma sigla: BNCC. Explico: em 2015, um documento oficial do MEC chamado Base Nacional Comum Curricular teve sua primeira versão divulgada. Ele pretendia homogeneizar grande parte dos currículos de todas as escolas do Brasil, sejam elas públicas ou privadas, a fim de diminuir as discrepâncias por estado, região e, quem sabe, faixa econômica. Pouco depois, uma segunda versão foi divulgada e enviada para consulta pública, tendo conseguido mais de 5 milhões de respostas, número bastante razoável num país em que se diz que ninguém liga para educação. Mas desde a homologação final, em 2017 (excetuando o Ensino Médio), quando finalmente as escolas se veem obrigadas a implementá-la, pouco se fala sobre isso para além das rodas de educadores. Isto é, os pais de alunos de Educação Infantil e Ensino Fundamental precisam entender se a escola de seus filhos já está plenamente adequada à Base.

Ela não é uma novidade brasileira. Vários países já têm há tempos um documento que norteie o ensino e aprendizado nas escolas, não com uma metodologia amarrada, mas com as habilidades e competências que os jovens devem desenvolver e objetos de conhecimento que devem aprender. Aqui, apesar de, por vezes, parecer não levar tanto em consideração a aplicação nas escolas daquilo que se pretende no papel, a BNCC traz abordagens interessantes e em consonância com algumas das mais modernas aproximações pedagógicas atuais. O ensino das Linguagens insere, de uma vez, as Artes e a Educação Física nesse cenário, além de não mais tratar a língua portuguesa e a produção textual como aspectos separados. Humanas destaca o estudo não só dos períodos clássicos, mas dos povos que formaram o Brasil, como os índios e africanos, além de uma profunda preocupação com aspectos urgentes do nosso tempo, como meio ambiente e cidadania. Já Ciências e Matemática trazem boa dose de incentivo à experimentação, para o aluno aprender fazendo e enxergando os fenômenos que aprende no quadro negro.

Apesar dos benefícios de modernas abordagens, a Base é um imenso desafio para escolas. Além de adequarem completamente seus currículos e propostas em 2020, é necessária uma formação de professores arrojada e ativa, pois os docentes são a ponte entre o documento e o aluno sentado na carteira. Dessa forma, uma implementação bem sucedida da Base deve ser não só preocupação das coordenações escolares, mas também das famílias. Afinal, educação dos jovens é dever de toda a comunidade.

 

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