A queda de produtividade dos campos de petróleo da Bacia de Campos tem afetado fortemente a economia dos municípios do Norte Fluminense - Arquivo / Secom Macaé
A queda de produtividade dos campos de petróleo da Bacia de Campos tem afetado fortemente a economia dos municípios do Norte FluminenseArquivo / Secom Macaé
Por O Dia
Rio - A retomada dos investimentos na indústria do petróleo no Estado do Rio deve gerar milhares de empregos nos próximos anos. É o que aponta o Anuário do Petróleo no Rio 2020, lançado pela Federação de Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan). O levantamento mostra 200 novos poços em áreas licitadas a partir de 2017 em águas fluminenses, com investimentos de cerca de R$ 2 bilhões até 2024.
Somente com a expectativa de investimentos de R$ 2 bilhões em infraestrutura e refino em Campos dos Goytacazes, no Norte Fluminense do Rio, aproximadamente 26 mil empregos diretos devem ser gerados até 2024. O relatório também aponta que para cada R$ 1 bilhão investido em empreendimentos de refino petrolífero devem ser gerados 13,4 mil empregos diretos e 879 indiretos no estado.

"O petróleo tem e terá um papel importante na retomada econômica do estado do Rio de Janeiro. O Governo do Estado tem o papel de estimular ações que possam garantir emprego e renda para a população, além do desenvolvimento econômico de nosso estado", afirma o governador em exercício do Rio, Cláudio Castro (PSC).
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De acordo com o estudo, a produção de óleo no Estado do Rio em 2019 cresceu, alcançando a marca de 81% da produção nacional em julho de 2020. Mesmo com a pandemia do coronavírus, a produção de óleo cresceu, em média, 23% no primeiro semestre de 2020, na comparação com o mesmo período de 2019. Todo o estado fluminense respondeu por 45% dos empregos na cadeia fornecedora de petróleo. Já entre 2019-2020, o parque de refino no estado ficou em 70%.

Os investimentos de R$ 2 bilhões em Campos devem gerar arrecadação de R$ 300 milhões em ICMS, a partir da internalização do Repetro Industrialização, aprovado na Assembleia Legislativa (Alerj).
COLHEITA DE RESULTADOS
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De acordo com o estudo da Firjan, aquelas empresas que foram capazes de traçar estratégias e firmar parcerias, mesmo durante a pandemia da Covid-19, estão conseguindo colher resultados. 

Um grupo de trabalho foi criado recentemente pela Secretaria de Desenvolvimento Econômico com o objetivo de estudar mecanismos que possam favorecer a atração de mais investimentos, bem como a criação de polos industriais que aproveitem o gás natural, tanto na cadeia produtiva, como na geração de energia elétrica.

"É preciso acelerar o aproveitamento econômico do petróleo e do gás disponíveis ao mesmo tempo que temos que promover mudanças na matriz energética do Rio, incentivando a maior participação das energias renováveis", avalia o secretário de Desenvolvimento Econômico, Marcelo Lopes, que ressalta que já estão trabalhando para o andamento desse ganho econômico.

De acordo com Lopes, o grupo de trabalho vai contar com a participação de diversos agentes do mercado. "Convocaremos empresas operadoras, fornecedoras, associações e entes governamentais", acrescenta ele.

De acordo com o Instituto Brasileiro de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (IBP), a expectativa é de investimentos de US$ 10 bilhões por ano para o Brasil, sendo 90% só para o Estado do Rio. O mercado de óleo e gás responde por 40% do PIB do estado.