Um dos cursos oferecidos é o de trança e penteado afro, com 82 vagasLuís Alvarenga/Divulgação

Mãe de duas crianças pequenas, Thaiane da Silva Vicente, de 28 anos, não conseguiu retornar ao mercado de trabalho nos últimos três anos. Ela viu as oportunidades se fecharem ao dizer que é mãe. Há poucos dias, porém, Thaiane segurou a chance de trabalhar como autônoma ao se matricular em um curso de designer de unhas o Centro de Referência da Juventude (CRJ) das comunidades do Pavão-Pavãozinho-Cantagalo (PPG), em Copacabana, na Zona Sul. Funcionando precariamente nos últimos anos, a unidade passou por reforma geral e reabriu as portas neste mês. O equipamento disponibilizou à população 400 vagas já preenchidas, para cursos e atividades diversas, e ainda oferece outras cerca de 300 para novos alunos.

Ligado à Secretaria Estadual de Ação Comunitária e Juventude, o CRJ que atende às três comunidades conta hoje com 11 salas e dois banheiros, sendo o funcionamento de segunda a sexta-feira das 8h às 18h. Antes das obras, o espaço era impróprio para realização das atividades. Quem quiser ainda pode se inscrever nos cursos do CRJ PPG. O público alvo é de 15 a 29 anos, mas não há limite de idade para os interessados em participar. As inscrições devem ser feitas no local. Há 306 vagas para aulas de níveis: designer de unha (56), cuidador de idosos (52), trança e penteado afro (82), organizador de eventos (16), judô (37), reforço escolar (32), designer de sobrancelha (2) e atendimento de serviço social (123).
"Tenho dois filhos, de sete e um ano e três meses. Trabalhava como atendente, garçonete e auxiliar de serviços gerais, mas quando falava sobre meus filhos não passava na entrevista. É muito difícil trabalhar com carteira assinada sendo mãe de crianças pequenas. Assim que soube que o curso de designer de unha seria aberto, me inscrevi. Já sou designer de sobrancelhas e agora sonho ter meu próprio salão", empolga-se Thaiane.

Moradora do Pavão-Pavãozinho, Kauany Alexandre da Silva, de 18 anos, é uma das 82 alunas de tranças e penteado afro na unidade. Para ela, além de uma oportunidade de trabalho, o curso chegou como uma forma de tratamento para a sua saúde mental. "Estava passando por depressão e vir para o curso, conversar com outras pessoas tem me ajudado muito. O novo espaço ficou muito melhor. É mais confortável e bonito. Além disso tudo, estou aprendendo algo que pode ser a minha profissão", contou.