São Paulo - O candidato a vice-presidente pelo PT, Fernando Haddad, afirmou na tarde desta sexta-feira, que discutirá na próxima segunda-feira, 3, com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre o que fazer após o julgamento do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que deve analisar ainda hoje o registro da candidatura de Lula, preso e condenado na Lava Jato. Durante coletiva de imprensa em Fortaleza, Haddad admitiu a possibilidade de alterar o programa eleitoral do PT a partir da próxima terça-feira, se a Justiça Eleitoral proibir a aparição de Lula como candidato no rádio e na TV.
Apontado como substituto de Lula na eleição, Haddad manifestou "desolação" com a decisão da corte eleitoral de julgar o registro antes das alegações finais da defesa do petista. "A nossa chapa não pode apresentar, contrariando o que aconteceu com todos os outros pedidos, as alegações finais em um quadro em que o que está em jogo é o direito do povo eleger o seu presidente", declarou.
Haddad disse que não há tempo de alterar a propaganda eleitoral do PT que vai ao ar neste sábado, 1º, e as inserções veiculadas nesta sexta-feira, 31. O TSE pode se manifestar proibindo a aparição de Lula como candidato no horário eleitoral. Na próxima terça-feira, porém, quando os candidatos à Presidência veiculam o segundo programa eleitoral, a propaganda poderá ser alterada, disse Haddad.
"Qualquer que seja a decisão, não pode ter vigência imediata porque os programas já estão sendo transmitidos agora. Nós temos inserções que foram transmitidas hoje para o horário eleitoral. Como vai fazer uma decisão retroagir? Não vejo esse risco", disse Haddad. "Mas o programa de terça talvez tenha que passar por alguma modificação dependendo da decisão, que eu espero que seja favorável, de acordo com o direito internacional."
Antes da entrevista, Haddad visitou o presidente do Senado, Eunício Oliveira (MDB-CE), candidato à reeleição, e confirmou o apoio do senador à candidatura do PT. "Ele pretende votar no presidente Lula e, diante de qualquer resultado para a Justiça Eleitoral, pretende votar no Lula e ou quem ele indicar", afirmou o candidato a vice.
Comentando mais uma vez o apoio do governador Camilo Santana (PT) a Ciro Gomes (PDT), Haddad mandou um recado ao petista. "O Camilo é do PT e tem compromisso com o partido e com a candidatura do partido", disse Haddad, ressaltando que compreende os "compromissos locais" do governador e que não tem dúvidas de que ele apoiará Lula se a candidatura do ex-presidente for autorizada pela Justiça.