Minas Gerais - Adélio Bispo de Oliveira, preso por esfaquear Jair Bolsonaro durante comício em Juiz de Fora na última quinta-feira, disse que se sente literalmente ameaçado por discursos do candidato, em um vídeo que mostra sua audiência de custódia.
"Me sinto ameaçado, como tantos milhões de pessoas, pelos discursos que o cidadão tem feito. Aquela certeza que cedo ou tarde vai cumprir o que tá prometendo tão veementemente pelo país todo, contra pessoas como eu exatamente", declarou Adélio.
Sobre o atentado contra Bolsonaro, ele disse que pretendia "apenas dar uma resposta, um susto, alguma coisa". Adélio parecia calmo ao falar sobre o assunto. "O fato ocorreu, entendeu? Houve um... um ferimento. Correto? Embora pretendíamos apenas dar uma resposta, um susto, alguma coisa dessa natureza, entendeu? E houve."
Quando indagado pela própria defesa, confirmou motivações políticas e religiosas do ataque, e disse que já fez uso de medicamentos controlados.
"Já tomei diferentes tipos de medicamentes controlados, né? Tem um, que eu não me recordo o nome, extremamente forte, muito pequeno, mas derruba. Não vai mais que 15 minutos que tomou aquele comprimido, se não tiver deitado, cai mesmo, extremamente forte", afirmou. Ele também citou o Pamelor 50, um antidepressivo, e falou sobre outro remédio que também não se lembrava. Ao final da audiência, disse que, atualmente, não faz uso de nenhum medicamento.
Sua defesa apresentou nesta segunda-feira um pedido de avaliação psiquiátrica para ele.
Adélio Bispo de Oliveira está preso em uma cadeia de segurança máxima em Campo Grande (MS), para onde foi transferido dois dias após o ataque.