Rodrigo Amorim (à esquerda) com o senador Flavio Bolsonaro - Reprodução do Facebook
Rodrigo Amorim (à esquerda) com o senador Flavio BolsonaroReprodução do Facebook
Por *LUIZ FRANCO

Rio - Com 140.666 votos, Rodrigo Amorim, do PSL, foi o deputado estadual mais votado do Rio de Janeiro. Juntamente a outros 12 nomes eleitos pela sigla, integrará a maior bancada da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), que passará por uma renovação de 51% no próximo ano. Conhecido por ter destruído placa em homenagem à ex-vereadora Marielle Franco nos últimos dias da campanha no primeiro turno, Rodrigo se auto-intitula "um soldado de Flávio Bolsonaro" e diz que, se depender dele, "a esquerda terá dias muito difíceis na Alerj". 

Com 40 anos, seu único patrimônio declarado junto ao TSE é um apartamento no valor de R$ 185 mil, na Barra da Tijuca. Rodrigo é advogado e diz que a sua prioridade é "dar continuidade ao grande trabalho de Flávio Bolsonaro", a quem se refere como seu "líder político". Amorim foi candidato a vice de Flávio na corrida pela prefeitura do Rio em 2016. "A gente entende a responsabilidade de ter feito uma bancada ampla, sabemos e reconhecemos o peso político disso", diz. 

Indagado sobre uma possível violência contida na foto em que aparece posando com a placa que homenageava Marielle, Rodrigo rebate: "Quem usou da violência foram eles, o que nós fizemos foi apenas restituir a ordem. A placa era ilegal, imoral, ilegítima, arbitrária, contra a lei, que eles colocaram, ou mandaram colocar, passando por cima do patrimônio do Rio de Janeiro". Ele explica que a ex-vereadora não era o objeto do ato, e sim "o comportamento de grupos e partidos políticos de esquerda, de depredar o patrimônio público e transgredir regras, como, por exemplo, nas manifestações de 2013, quando financiavam black blocs e atos de vandalismo".

A placa em homenagem a Marielle não danificou a placa de rua original e podia ser removida a qualquer momento. Rodrigo explica que "a foto foi descontextualizada", e nega que o episódio tenha tido intenção publicitária ou seria responsável por sua votação expressiva. "Claro que eu tive alguma visibilidade, inicialmente de grupos de esquerda, principalmente de artistas financiados pela Lei Rouanet, que tentaram impôr, como sempre fazem, a narrativa deles. Na verdade, esse episódio não teve nenhum viés eleitoral, não teve como objetivo a vereadora Marielle. Nós nos solidarizamos com a família de Marielle, por ser mais uma vítima da violência no Rio de Janeiro, assim como, na mesma noite [em que ela foi assassinada], um pai foi brutalmente assassinado na frente do filho". "Aquele foi apenas um ato de restauração da ordem", conclui. Daniel Silveira, que estava ao lado de Amorim na foto, era candidato a deputado federal pelo PSL e também foi eleito.

O advogado diz que suas prioridades são a redução dos índices de criminalidade e a reconstrução financeira e orçamentária do Estado: "Serei um soldado das polícias e das forças de segurança, até pra manter uma coerência com o que o Flávio Bolsonaro vinha fazendo". Ele também espera reformular o sistema tributário e "tornar o ambiente empreendedor menos hostil e burocrático". 

Ao comentar a expressiva votação de Wilson Witzel, grande surpresa na eleição para o Governo do Rio e abertamente apoiador de Bolsonaro, Rodrigo comemora e diz que é amigo pessoal dele: "inclusive minha filha, de 7 anos, é muito amiga da filha dele. Converso com o Wilson como pessoa". "Acompanhei essa ideia, muito corajosa, de largar uma carreira tão disputada quanto a de juiz federal em prol de embarcar num projeto difícil e audacioso". 

O deputado eleito acredita que houve uma "aproximação informal" entre Witzel e Bolsonaro. "O eleitor que se identifica com o Bolsonaro acabou enxergando no Wilson um discurso muito parecido com o nosso, o que ele representa como ruptura do sistema. No processo do [Governo do] Rio, é o que mais se aproxima com a nossa candidatura". 

Rodrigo afirma que aguarda orientação de Flávio Bolsonaro e do partido sobre como se portar na campanha de segundo turno no Estado, adiantando que desde já está "motivado pela possibilidade de fazer história, elegendo presidente, governador e o senador mais votado". 

*Estagiário sob supervisão de Ricardo Calazans

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