Rio - Em vídeo de apoio à candidatura de Jair Bolsonaro gravado em agosto, o empresário Mário Gazin, presidente do Grupo Gazin, pede votos para que o capitão da reserva seja eleito no primeiro turno, "pra nós não ter que gastar mais dinheiro, pra não ficar todo mundo gastando pro segundo turno". Ao lado dele, está Luciano Hang, dono da Havan, uma das empresas que comprou pacotes de disparo em massa contra o PT no WhatSapp, segundo reportagem do jornal Folha de S.Paulo.
Dois Gigantes do Varejo - Havan e Gazin, juntos com Jair Bolsonaro (17). pic.twitter.com/2qhJF9DaQa
— Jair Bolsonaro 17 (@jairbolsonaro) 28 de agosto de 2018
Nem Mário Gazin, nem Luciano Hang constam na lista de doadores da campanha de Bolsonaro no site do TSE.
Procurada pela reportagem, a assessoria de Gazin informou que ele estava se referindo aos gastos do "País" com o segundo turno, "por exemplo, transporte de urnas, mobilização de pessoas que trabalham nas eleições, alimentação, segurança entre outros fatores".
Crime eleitoral
Segundo reportagem publicada nesta quinta-feira pelo jornal Folha de S. Paulo, um grupo de empresários está comprando pacotes de disparos em massa de mensagens contra o PT no WhatsApp. A prática é ilegal, pois se trata de doação de campanha não declarada por empresas, vedada pela legislação eleitoral, configurando, desta forma, crime eleitoral.
De acordo com a reportagem, os contratos chegam a R$ 12 milhões e, entre as empresas compradoras, está a Havan, de Luciano Hang.
Uma ação foi protocolada pela coligação do PT junto ao TSE nesta quinta-feira, pedindo a impugnação da candidatura de Jair Bolsonaro e sua inelegibilidade por oito anos. Luciano Hang é um dos réus na ação, que também também solicita a busca e apreensão de documentos na sede da rede varejista Havan e em sua casa, cópia da documentação contábil e financeira e quebra de sigilo telefônico e bancário do empresário para averiguar a relação dele com empresas de comunicação digital e com a campanha de Bolsonaro.