Carnaval 2020 - Desfile da Escola de Samba do Grupo Especial, G.R.E.S Unidos da Viradouro, no Sambódromo da Marquês de Sapucaí, no centro da cidade do Rio de Janeiro nesta segunda (24). Foto: Gilvan de Souza/Agência O Dia - arquivo O Dia
Carnaval 2020 - Desfile da Escola de Samba do Grupo Especial, G.R.E.S Unidos da Viradouro, no Sambódromo da Marquês de Sapucaí, no centro da cidade do Rio de Janeiro nesta segunda (24). Foto: Gilvan de Souza/Agência O Diaarquivo O Dia
Por O Dia
Quem assumir a Prefeitura do Rio a partir de janeiro terá de, entre muitas das missões, achar uma solução para o Carnaval de 2021. Adiado por causa da covid-19 e ainda sem previsão de acontecer enquanto não houver vacinação em massa, o evento em outra data - seria de 13 a 16 de fevereiro - é um desafio para a cidade, que tenta evitar um grande impacto econômico e no turismo sem a festa.
Representantes de blocos oficiais e independentes oficializaram o cancelamento do Carnaval de Rua em 2021. Resta agora a definição em relação aos desfiles no Sambódromo. Em situação financeira complicada por causa da pandemia, as escolas de samba mantém o planejamento de desfile em 2021, mesmo sem uma data. Enquanto discutem uma solução em meio à incerteza, a maioria das agremiações movimentou-se nas redes sociais recentemente para apoiar o candidato Eduardo Paes (DEM), o que gerou muitas críticas.
Publicidade
A Liga Independente das Escolas de Samba do Rio (Liesa) espera que o prefeito eleito ajude não apenas no planejamento de 2021, como também financeiramente, e que retome a subvenção às escolas em 2022.
"Tem que ver como será o andamento da vacinação. Primeiro passo é reabrir as quadras para eventos (a partir de 1º de novembro). E também vai depender muito do que cada candidato pretende fazer com o Carnaval em 2021. Virá mais desse lado. De concreto, o que esperamos é que a Prefeitura possa ajudar as escolas, do Grupo Especial às mirins, em função da dificuldade financeira", completou o presidente da Liesa, Jorge Castanheira.
Publicidade
Confira os planos dos candidato à Prefeitura do Rio sobre o Carnaval 2021. Eduardo Bandeira de Mello (REDE) não respondeu e Henrique Simonard (PCO) não foi encontrado.
Benedita da Silva (PT)
"Há espaço para o Carnaval fora de época. Além de ser a maior festa popular do planeta, o Carnaval é referência cultural para os cariocas e para o turismo mundial. Havendo a vacina, acho que julho de 2021 é um bom mês, com desfile de escolas. O Carnaval gera muitos empregos e também é um ponto de encontro de milhares de artistas talentosos. O Rio vai ter um calendário real de eventos do samba o ano inteiro."
Publicidade
Clarissa Garotinho (PROS)
"É necessário ter coragem e inteligência para superar os desafios da cidade. Farei uma parceria com trade de turismo e organizadores, para que possamos promover um dos Carnavais mais importantes da história do Rio, o Carnaval da esperança por dias melhores. Atrairemos turistas do mundo inteiro no meio do ano que vem, enchendo a cidade de alegria e movimentando a economia. Também quero consolidar, já a partir de 2021, um calendário forte de eventos de lazer, gastronomia negócios."
Cyro Garcia (PSTU)
"Nossa principal preocupação é garantir uma renda digna para que as pessoas sigam com as suas vidas. O Carnaval tem uma importância vital para a cidade, e vamos apoiar todas as trabalhadoras e os trabalhadores afetados. Vamos apoiar as escolas do Grupo Especial, de Acesso e o desfile da Intendente Magalhães. Nós não podemos chutar qual vai ser a melhor data. É preciso que a vacina esteja disponível. E, livres da covid, vamos construir um Carnaval maravilhoso nessa cidade, apoiando fortemente o Carnaval de rua em todas as regiões do Rio."
Publicidade
Eduardo Paes (DEM)
"Já tínhamos de ter uma campanha forte no mercado doméstico. Não teremos o Réveillon ou o Carnaval tradicional, mas é possível acharmos alternativas em uma cidade tão atraente quanto o Rio e trazer os turistas para desenvolvermos toda a cadeia produtiva de hotéis, bares, restaurantes e comércio. Ainda não é possível acertarmos uma data, mas provavelmente o mês de julho seria uma boa opção, por causa das férias escolares. A Prefeitura do Rio dará todo o apoio a esse Carnaval fora de época, como sempre apoiou as escolas e blocos durante a minha gestão."
Fred Luz (NOVO)
"Vamos chamar os empresários das áreas de turismo, eventos, bares e restaurantes e hotéis para construirmos juntos um plano de retomada das atividades, que deverá ser amplamente divulgado em todos os estados brasileiros, especialmente os mais próximos do Rio.O ideal é fazer em mês de férias, julho, para que os turistas possam vir para a cidade. À Prefeitura caberá garantir toda a infraestrutura para que o Carnaval aconteça com segurança, limpeza e ordenamento urbano. No entanto, o fluxo turístico vai depender da garantia de segurança de saúde."
Publicidade
Glória Heloiza (PSC)
"O turismo é uma vocação natural do Rio de Janeiro e uma das atividades econômicas que mais geram emprego e renda. Uma das medidas é buscar as parcerias público-privadas e encontrar alternativas como, por exemplo, um calendário permanente de turismo gastronômico, cultural e de negócios. Ainda não definimos uma data, mas, com certeza, procuraremos a melhor alternativa que atenda não só os cariocas mas também os muitos turista que vêm de fora para passar o Carnaval em nossa cidade."
Luiz Lima (PSL)
"Podemos incentivar a realização de lives e eventos de música para que o Carnaval na data tradicional não passe em branco. Outro ponto importante é garantir assistência aos trabalhadores, que estão sentindo no bolso as consequências da pandemia. Penso também no Carnaval fora de época, entre maio ou até julho de 2021, nas férias, para que a gente possa retomar com força a presença dos turistas na nossa cidade. Defendo a valorização do Carnaval, com incentivos aos Grupos Especial, de Acesso e blocos tradicionais, além da construção da Cidade do Samba 2 (para o Grupo de Acesso)".
Publicidade
Marcelo Crivella (Republicanos)
"É evidente que, antes de mais nada, temos que pensar na vida das pessoas e na prevenção. O Carnaval é uma festa importante para a cidade do Rio, mas o formato passa a ser outro, enquanto não houver segurança sanitária ou uma vacina contra a covid-19. Qualquer decisão para o futuro vai depender de avaliação em relação à pandemia. Não há decisão sobre o assunto, mas estamos mantendo contato com todos os envolvidos. Se tiver a vacina e se for possível garantir segurança à população, veremos a melhor forma e a data ideal para a festa acontecer."
Martha Rocha (PDT)
"A pandemia não tem previsão para acabar. Sem vacina, não é possível prever o retorno seguro do Carnaval. Essa data terá que ser definida em conjunto com as autoridades sanitárias. Até lá, nosso plano de ação prevê o fomento ao turismo interno, que tem no Rio o seu carro chefe no país. Vamos manter um calendário de eventos e incentivar as escolas de samba a criarem um circuito permanente de atividades, com contrapartidas de educação e cultura voltadas para a rede municipal de ensino."
Publicidade
Paulo Messina (MDB)
"Pretendemos realizar uma ampla campanha de vacinação em massa logo no início do ano, garantindo assim a realização do Carnaval. O Rio já tem poucos eventos no calendário oficial, e não podemos abrir mão do principal. Para definir o melhor mês alternativo é preciso promover uma ampla discussão com a sociedade civil. O brasileiro vai estar com R$ 50 bilhões no bolso no ano que vem, e a tendência é ele optar por viajar pelo Brasil. O Rio tem que aproveitar essa oportunidade e atrair o máximo desses turistas e dos recursos."

Renata Souza (PSOL)
"A preocupação maior da Prefeitura deve ser com os trabalhadores do Carnaval. Vamos ter uma política de auxílio a esses trabalhadores que ficarão sem sua renda. Além disso, vamos implementar uma plano de ajuda para micro e pequenas empresas que dependem do turismo durante o ano de 2021.Assim que a vacinação estiver disponível e o cronograma para imunização planejado, poderemos já calcular uma data para o Carnaval. Sem previsão para as etapas da vacinação, não há como programar o evento."

Suêd Haidar (PMB)
"Meu plano é, já em Janeiro, receber todas as organizações culturais e da vida associativa para estudarmos as possibilidades e impactos que a mudança de data do Carnaval irá trazer para a economia da cidade. Também definir um plano de assistência social para todos os afetados. Para 2021, realizar o Carnaval em agosto, pois será verão e período de férias no Hemisfério Norte (Europa, EUA, Japão, Oriente Médio, China...), em países que são de onde vem a maioria dos turistas do Carnaval."