Lula esteve presente em comício na baixada fluminense com Freixo, Ceciliano e outrosMárcio Menasce

No dia seguinte ao ato em apoio à reeleição do presidente Jair Bolsonaro (PL), na praia de Copacabana, o líder nas pesquisas, Lula (PT) veio ao estado. O local escolhido para o comício foi Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, região tradicionalmente mais conservadora. Em seu discurso, para mais de 30 mil pessoas, segundo a organização, o petista atacou o atual presidente, criticou a fome no país e prometeu mais investimentos na construção de casas.

O candidato à presidência prometeu mais investimentos na construção de casas e afirmou que "carne virou artigo de luxo''. As pessoas não podem mais comprar um quilo de carne". "Andam procurando carcaça de frango. Cadê a maldita casa verde e amarela que esse governo construiu?". Lula também criticou a entrega da exploração do pré-sal para estrangeiros. "Deram um golpe em você (Dilma) e me prenderam porque nunca aceitaram a lei de partilha. O petróleo era do povo. O dinheiro dos royalties seria 75% para educação, ciência e tecnologia e para a saúde", disse.

O ex-presidente afirmou que se eleito, a partir de 1 de janeiro, iniciaria a discussão dos direitos do povo brasileiro. "Abolimos a escravidão em 1988 e não queremos mais ser escravos de ninguém. A partir de janeiro o salário mínimo vai aumentar todo ano de acordo com o crescimento da economia", declarou.

No palanque estava a ex-presidente Dilma Rousseff, o candidato ao senado André Ceciliano, os candidatos à Câmara dos Deputados Lindbergh Farias, Jandira Feghali, Benedita da Silva e a socióloga Rosângela da Silva, a Janja, casada com Lula.
 
Lula declarou o seu apoio ao Freixo e Ceciliano - Divulgação / Twitter
Lula declarou o seu apoio ao Freixo e CecilianoDivulgação / Twitter

Abrindo o comício, o ex-prefeito de Nova Iguaçu, Lindbergh Farias atacou o atual presidente e afirmou que " que Lula fez em Nova Iguaçu a urbanização e asfaltamento de 140km. O que era 50%, avançou para 90%. O que o Bolsonaro fez? Nada!".

André Ceciliano foi o próximo a falar, o candidato foi apresentado como o único candidato de Lula ao Senado, e declarou ter orgulho de ter nascido na baixada. "Temos mais de 4 milhões de brasileiros na Baixada. E eu tenho orgulho de ter nascido aqui. Aqui passei a minha infância e a minha juventude. Esse povo é um povo humilde e trabalhador".

Alessandro Molon, candidato ao Senado pelo PSB, foi ao ato, porém não conseguiu autorização para subir ao palanque. Em suas redes sociais, o candidato lamentou o veto do PT, mas afirmou que a candidatura segue "embalada", "e muito, pelos nossos eleitores". "É lamentável que o PT-RJ queira impedir nossa participação, hoje, no comício de Lula em Nova Iguaçu. Nossa candidatura (PSB/PSOL/Rede/Cidadania) está embalada, e muito, pelos nossos eleitores. "Em nome deles, seguimos firmes e fortes, com Lula e Freixo, até a vitória", declarou

O candidato ao governo Marcelo Freixo (PSB) prometeu emprego para a população da baixada, escola integral e melhorias nos trens da Supervia. Freixo mostrou sua carteira de trabalho e afirmou que "quando o povo da baixada olha para Lula, o que eles querem é isso de volta. É emprego, trabalho, dignidade".

Ao som de "Tá escrito" do grupo Revelação, cantado por crianças da Mangueira, o pesebedista declarou que confia que ganhará. "Eu sou flamenguista e a gente gosta de ganhar de virada, é melhor. E vai ser de virada que a gente vai ganhar neste Rio de Janeiro. A gente vai ganhar nas ruas", afirmou.

Ovacionadas pelo público, a ex-presidente Dilma Rousseff (PT) e Janja, esposa de Lula, destacaram a importância das mulheres para as eleições deste ano. Para Dilma, "nós (as mulheres) estamos dando a vitória para Lula. Vamos apertar um pouquinho mais". A ex-presidente criticou a declaração feita por Michelle Bolsonaro, após a primeira-dama afirmar, no dia 7 de agosto, que o Planalto já foi "consagrado a demônios". De acordo com Dilma, "pessoas da República disseram que o Palácio da Alvorada e do Planalto estavam cheios de demônios. Me indignei porque jamais tiveram demônios nos governos do PT, agora tem". Janja também respondeu a provocação de Bolsonaro em evento de Sete de Setembro.