Dentre as medidas estão o bloqueio de intervenções programadas, bem como o acionamento de usinas termelétricas Termorio, no Rio de Janeiro, e Mauá III, em ManausArquivo

O governo discutiu na última quinta-feira, 8, as diretrizes para garantir o suprimento de energia elétrica durante as eleições de 2022. Caberá ao Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), responsável pelo controle e coordenação do fornecimento de energia no País, propor medidas especiais para o pleno funcionamento do setor elétrico. Dentre as medidas que devem ser adotadas estão, entre outras, o bloqueio de intervenções programadas, bem como o acionamento de usinas termelétricas Termorio, no Rio de Janeiro, e Mauá III, em Manaus
As diretrizes foram informadas  em reunião do Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE), colegiado presidido pelo ministro de Minas e Energia, Adolfo Sachsida.
A preparação do sistema elétrico para as eleições segue regras já dispostas pelo colegiado, que determina que cabe ao ONS propor as medidas para garantir a segurança do sistema em eventos de grande relevância. Segundo nota do Ministério de Minas e Energia (MME), "as iniciativas abrangem estratégias relacionadas à comunicação, de forma a garantir o devido fluxo de informações entre as instituições, inclusive os Tribunais Eleitorais, e os agentes de distribuição".
O colegiado também analisou as condições de suprimento energético do sistema. Segundo o ONS, apesar do período seco na maior parte do País, o nível de armazenamento dos reservatórios de todos os subsistemas finalizaram o mês com valores superiores aos de 2021. Isso, segundo o MME, "fortalece a segurança do atendimento nos próximos meses, mesmo frente à permanência da condição seca no País e o esperado aumento da carga".
Em agosto, o armazenamento equivalente do sistema fechou o mês com cerca 2,5 pontos percentuais acima do previsto no estudo apresentado ao colegiado no mês de agosto, considerando o cenário mais favorável. Foi destacado o aumento da geração de energia eólica no Nordeste e a melhora nas chuvas no Sul, que contribuíram, ao longo do mês, para retomar a política de preservação dos armazenamentos da bacia do Paraná.
Para os próximos meses, os estudos prospectivos apresentados pelo ONS, que contemplam avaliações até o final de fevereiro de 2023, indicam o pleno atendimento tanto em termo de energia quanto de potência em todo o período, com perspectivas de níveis de armazenamento superiores aos verificados no último ano. O colegiado também citou o programa de Resposta da Demanda recentemente aprovado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), como uma ferramenta para dar suporte ao atendimento à ponta de carga.
O colegiado também avaliou o resultado da revisão de carga para o planejamento anual da operação energética 2022-2026, conforme estudo elaborado pelos órgãos setoriais. De acordo com dados da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), a projeção para 2022 é de crescimento de 2,3% no do consumo de energia elétrica, representando aumento em relação à expectativa anterior de 1,7%. Já para o período de 2022 a 2016, o crescimento médio projetado foi mantido em 3,4% ao ano.
Segundo o MME, durante a reunião a Aneel ainda apresentou avaliação sobre a execução de contratos firmados e operação das usinas vencedoras de leilão realizado em 2019 para atender o sistema de Boa Vista, em Roraima. O Estado é o único que não está interligado ao sistema elétrico nacional. "O tema permanece sendo acompanhado pelas instituições do setor elétrico brasileiro, conforme competências próprias, com vistas a garantir o adequado fornecimento de energia elétrica aos consumidores da localidade, com menores custos."