Geraldo Alckmin participa de entrevista coletiva na ACRJDivulgação / ACRJ

O candidato a vice-presidente ao lado de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o ex-tucano e atual PSB Geraldo Alckmin participou, na tarde desta terça-feira, 20, de um evento promovido pela Associação Comercial do Rio de Janeiro (ACRJ) em sua sede, no Centro do Rio.
Após conversar com empresários, políticos e dirigentes de entidades por pouco mais de duas horas sobre a proposta de governo de sua coligação, a Brasil Esperança, Alckmin cedeu uma entrevista coletiva à imprensa presente no evento. Também participaram do evento o candidato ao Senado pelo PT, André Ceciliano, e o vice-presidente da Firjan, Carlos Erane.
Quando perguntado sobre a possibilidade de Luiz Inácio Lula da Silva vencer as eleições já no primeiro turno, ele respondeu que todo candidato quer ganhar a eleição, seja no primeiro ou no segundo turno. “Temos que ter humildade. Se puder vencer no primeiro turno, ótimo. Mas, se for para o segundo, tudo bem”. De acordo com o candidato, “ninguém faz campanha pelo voto útil, faz campanha por propostas”, defendendo o programa de governo apresentado por sua coligação.
Alckmin também comentou sobre a declaração dada pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) na última segunda-feira, 19, durante visita à capital inglesa para participar do funeral da rainha Elizabeth II. Para o candidato, é lamentável que, em meio a uma democracia, ainda seja preciso defender a preservação das instituições. “Não entendo por que quem não acredita em instituições participa da campanha. Em todas as minhas disputas com Lula, nunca colocamos em xeque a democracia”, declarou.
Ainda sem um nome para assumir o Ministério da Economia em um eventual governo petista, o ex-tucano defendeu que “o presidente Lula acertadamente não especula nomes. Ele tem um programa baseado em emprego e renda e desenvolvimento inclusivo”.
Sobre a atuação do Movimento dos Sem Terra (MST), assunto que vem perturbando a ala do agronegócio, para a qual Lula tem acenado de forma bastante amistosa, Alckmin lembrou que, durante os governos do PT, as invasões a terras foram mínimas. “É uma bobagem invadir, porque, se invade, não pode ter a desocupação para assentamento. O MST vive um outro momento com produção sustentável, cooperativas, produção de produtos orgânicos”, disse.
Disputa acirrada
Segundo pesquisa divulgada pelo Ipec no início deste mês, Luiz Inácio Lula da Silva lidera as intenções de voto em 15 estados, enquanto o atual presidente Jair Bolsonaro segue à frente em apenas cinco estados, mais o Distrito Federal.
“Onde tiver eleitores, nós vamos disputar. O Brasil deu um passinho pra trás e precisamos fortalecer a economia, renda, emprego”, garantiu o candidato a vice.
Ele também citou a proposta de criação do Ministério da Segurança, que irá atuar no combate ao tráfico de drogas e de armas em parceria com países vizinhos e na criação, dentro  Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania( Pronasci), de uma bolsa para capacitação de policiais.
Em relação às medidas de última hora tomadas por Jair Bolsonaro para influenciar o rumo das eleições, como a diminuição do preço dos combustíveis, Alckmin defendeu que a população vem dando provas de maturidade e que certamente não se deixará influenciar por medidas de curto prazo. “As pesquisas mostram isso”, endossa.
De olho em novos eleitores
Nas últimas semanas, o candidato do PT à Presidência da República vem tentando uma aproximação com eleitores evangélicos e de renda mais alta, grupos que majoritariamente apoiam a candidatura de Bolsonaro à reeleição. Mas o movimento do partido foi negado por Alckmin.
“Não tem uma coisa dirigida, se dirige a sociedade como um todo. Conversamos com as centrais sindicais, cooperativas, setor produtivo, todas as religiões e ateus”, destacou.
Por último, o candidato foi perguntando sobre possíveis conversas com o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) para buscar apoio à candidatura petista. Alckmin também negou que algo esteja sendo feito neste sentido.
“Caso tenha um segundo turno, vamos buscar dialogar com todos os setores, inclusive FHC”, garantiu o ex-governador de São Paulo.