O presidente Jair Bolsonaro, candidato à reeleição pelo PL, voltou a criticar o Supremo Tribunal Federal (STF) e reafirmou que, se reeleito, vai repetir o perfil das indicações já feitas à Corte. A declaração foi feita no debate promovido neste sábado pelo Estadão e outros veículos de imprensa. "O STF não é um poder imune a críticas."
Bolsonaro indicou os ministros André Mendonça e Nunes Marques, segundo ele, os mais "lúcidos" do tribunal. "Com quatro pensando em prol do Brasil, o STF mudará a forma de agir e não mais interferirá na vida de todos nós", disse, respondendo a pergunta do jornalista Márcio Gomes, da CNN.
Bolsonaro argumentou que a judicialização do STF contra o Executivo é clara, citando a liminar do ministro Alexandre de Moraes, sem citar seu nome, que suspendeu os efeitos do decreto que baixou o IPI no País. O presidente também lembrou da suspensão do Supremo aos decretos que facilitavam o acesso às armas no Brasil.
Segundo ele, "partidos sem qualquer representação", em vez de tentarem barrar as medidas no Congresso, recorrem ao STF, que, muitas vezes, "em caso de horas, em decisões monocráticas", revê ações. "Decretos eram parte de regulamentação de lei votada no Congresso. Isso atrapalha o Executivo."
Indicado para comentar a pergunta, o candidato do PDT à Presidência, Ciro Gomes, disse que a "intrusão" do STF atualmente deve-se à "baderna institucional" no País, por falta de autoridade, com os últimos governos envolvidos com a Justiça. Ciro ainda alfinetou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), lembrando que só cinco anos depois foi julgada a questão de os inquéritos sobre o petista terem tramitado em Curitiba. "Ninguém entende."
Bolsonaro respondeu que não deve nada para Justiça e lembrou-se do indulto ao deputado Daniel Silveira (PTB-RJ).
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