O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, da Coligação Brasil da Esperança, participou de um encontro na manhã desta sexta-feira, 30, com os candidatos ao governo do Estado, Marcelo Freixo (PSB), e ao Senado Federal, André Ceciliano (PT). A reunião aconteceu em um hotel na Zona Sul do Rio com a presença da imprensa e contou com transmissão simultânea pelas redes do ex-presidente.
Lembrando que já estão na reta final da campanha, Marcelo Freixo afirmou que são grandes as chances de vencer no primeiro turno, o que seria, nas palavras do candidato, uma “vitória da democracia”. “Esta eleição é um plebiscito da Constituição de 1988”, declarou Freixo. “O processo de crise política do Rio de Janeiro levou a uma crise social que atingiu aos mais pobres. Não há nenhum Estado que viveu a crise política que o Rio de Janeiro viveu nesses últimos anos”.
Claramente esgotado após sua participação no debate realizado na noite da última quinta-feira, 29, e que se estendeu até a madrugada desta sexta, Lula disse que debates são sempre importantes. “É a chance que você tem de se encontrar com alguns adversários e trocar farpas”, brincou o ex-presidente.
Lula declarou que, a depender da vontade da direção nacional do PT e de sua própria vontade, o candidato Marcelo Freixo irá para o segundo turno das eleições para o governo do Rio. “Eu espero que as eleições terminem no domingo no meu caso. Se isso acontecer, eu terei muito mais tempo para me dedicar ao Rio de Janeiro”, disse Lula.
O petista ressaltou a importância de restabelecer a capacidade produtiva da indústria naval e de óleo e gás no Estado, além das obras de reurbanização de favelas. “Quando eu deixei a Presidência, o Rio de Janeiro era um verdadeiro canteiro de obras (...). O Rio precisa voltar a ser visto como um Estado de geração de empregos”, afirmou o candidato.
Em nível nacional, Lula destacou algumas medidas importantes a serem tomadas logo nos primeiros meses de seu possível mandato como presidente, entre elas, a reconstrução de órgãos como Conama, ICM Bio e Ibama, além da recuperação todas as áreas indígenas e da proibição de garimpos na Amazônia. Ele também destacou a importância de sua coligação sair vitoriosa em três estados considerados estratégicos, que são o Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais. “É um trunfo importante para construir a aliança necessária para governar o Brasil”, avaliou.
“Não será fácil a tarefa de consertar o Brasil. Primeiro precisamos recuperar a credibilidade internacional. O Brasil virou um país que ninguém quer vir aqui conversar com o atual presidente. Se a gente quer mudar esse país, nós estamos dizendo ao povo brasileiro que o PT está à disposição com seus aliados para fazer as mudanças necessárias”, garantiu o candidato.
Questionado sobre a dificuldade que enfrentará para negociar com o Centrão, caso seja eleito, Lula respondeu que o Centrão não é um partido político, mas um conjunto de interesses e que é preciso saber lidar com eles. Disse também que a única coisa impossível na vida é Deus pecar. “Estou com 76 anos, arrumei uma mulher para casar e estou apaixonado, porque é que eu não vou consertar o Centrão?”, disse.
O petista finalizou sua fala com um apelo à população para que compareça às urnas no próximo domingo, 2 de outubro. “As pessoas que estejam desanimadas, que estejam pensando em não ir votar, em anular o voto e se abster, não façam isso!”, apelou o ex-presidente. “Mesmo que você tenha 70anos, levante e vá cumprir com seu dever cívico, porque votando você tem o direito de cobrar”.
Após o encontro, Lula seguiu viagem para participar de eventos de campanha em Salvador (BA) e em Fortaleza (CE). No sábado, o candidato retorna a São Paulo, onde votará no domingo e acompanhará a apuração dos votos.
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