Diferentemente de deputados, senadores tem mandatos de oito anos.Wilson Dias/Agência Brasil

Um dos cinco votos que os eleitores irão marcar neste domingo nas urnas eletrônicas é para uma das três vagas às quais cada estado tem direito no Senado Federal. Enquanto cada bancada na Câmara dos Deputados é proporcional à população de cada unidade federativa, já que os parlamentares são representantes do povo, na chamada Casa Alta, o número é igual. Os senadores têm a função de agir em nome dos respectivos estados, apresentando e apreciando projetos de leis, além de fiscalizar o Poder Executivo e aprovar indicações para cargos como o Supremo Tribunal Federal e a Procuradoria Geral da República. Diferentemente de deputados, os mandatos são de oito anos.

Eleito em 2014 pelo PSB, com 4,6 milhões de votos, Romário (PL) tenta agora ser reconduzido, e lidera as pesquisas com 37% dos votos segundo a última pesquisa Datafolha. Ex-jogador de futebol consagrado, iniciou sua trajetória na política pelo PSB como deputado federal em 2012. Ele diz que ingressou na política após o nascimento de sua filha Ivy, com Síndrome de Down. A questão dos direitos das crianças e dos portadores de deficiência assumiram prioridade então na sua agenda. A esta temática, veio a se somar sua atuação na área dos esportes e da saúde. Atualmente ele se coloca de forma alinhada a Bolsonaro, e diz que na reta final da campanha é o momento de “entrar em campo” no apoio ao candidato à reeleição como presidente.

O segundo colocado nas pesquisas eleitorais é Alessandro Molon, com 18% das intenções de voto. Atual deputado federal pelo PSB, ele busca ligar sua candidatura ao favoritismo de Lula na corrida presidencial. Apresenta assim sua participação como parte das mudanças necessárias para "restabelecer a democracia no Brasil”. Em 2002 iniciou sua trajetória política, elegendo-se deputado estadual pelo PT, cargo que ocupou até 2010. Naquele ano, diplomou-se deputado federal, cargo para o qual foi reeleito em 2014 e 2018. Professor de história e doutor em direito público, Molon tem pautado sua atuação política pela defesa dos direitos sociais e pelas áreas da saúde e educação.

Quem disputa o apoio de Bolsonaro na atual corrida pelo Senado é Clarissa Garotinho (União). Atualmente com 16% das intenções de voto ela vem focando sua campanha nas pautas de costumes e segurança. Uma de suas propostas mais polêmicas é a defesa da castração química para pedófilos e estupradores, que ela alega diminuir radicalmente os índices de reincidência nos crimes. No caso de Clarissa, a tradição política vem de casa, já que ela é filha dos ex-governadores do Rio de Janeiro Anthony e Rosinha Garotinho. Sua primeira eleição foi como vereadora do Rio em 2008, e em 2010 foi deputada estadual. A estreia de Clarissa em cargos federais se deu em 2014, também como deputada. Agora ela disputa sua primeira eleição para o Senado.

Talvez o mais controverso dos candidatos seja Daniel Silveira (PTB). Ex-policial militar, ele iniciou sua trajetória política em 2018, se elegendo deputado federal na onda dos candidatos apoiados por Jair Bolsonaro. Em 2020, iniciou polêmicas contra o Supremo Tribunal Federal, a quem acusava de intervir na ação dos poderes Legislativo e Executivo de forma inconstitucional. Foi considerado culpado num processo aberto pelo STF em 2021, condenado por proferir ataques à democracia. Apesar de ter recebido indulto presidencial e ter sido colocado em liberdade, seus direitos políticos ainda estão suspensos, o que levou a um indeferimento de sua candidatura pelo TSE. No atual cenário, o nome de Silveira aparecerá nas urnas. No entanto, seus votos serão considerados nulos, a menos que os recursos que impetrou sejam aceitos.

Outro candidato que está no campo de Lula na atual corrida pelo Senado é André Ceciliano (PT). Atualmente, ele tem 10% das intenções de votos nas pesquisas. Durante toda sua campanha, Ceciliano buscou enfatizar que ele era o candidato oficial do presidenciável, dado que eleitores do mesmo campo político manifestaram a preferência por Alessando Molon. Ceciliano foi prefeito de Paracambi por duas vezes entre os anos de 2001 a 2009. Ele já teve duas passagens pela Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro como deputado estadual. A primeira foi entre 1998 a 2001, e depois entre 2011 e até os dias atuais, em um total de quatro mandatos. Desde 2018 ocupa o cargo de presidente da Alerj, tendo sido o parlamentar que mais aprovou projetos de lei.

Além dos candidatos citados acima, participam da disputa pelo Senado Cabo Daciolo (PDT),Prof. Helvio Costa (DC), Bárbara Sinedino (PSTU), Raul Bittencourt (UP), Marcelo Itagiba (Avante) e Antônio Hermano (PCO).