Carlos Bolsonaro deu orientações ao pai durante o debate de ontemReprodução

Carlos Bolsonaro acompanhou o presidente da República no debate promovido pela Band no domingo, 17, e teve papel fundamental para a melhora do seu pai no embate contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O filho número dois do mandatário ficou responsável por instruir o candidato à reeleição.
Segundo apurou o Portal iG, o vereador do Rio de Janeiro ficou responsável por liderar as mudanças de comportamento de Bolsonaro no debate. No primeiro bloco, por exemplo, Carlos orientou o presidente a controlar o tempo para não falar mais do que Lula.
“O Carlos entende muito de comunicação. As pessoas zombam, porque ele tem um comportamento peculiar nas redes sociais. Só que o Bolsonaro chegou à presidência porque foi o Carlos que entendeu o funcionamento das plataformas e qual o discurso que as pessoas gostam de escutar”, diz um dos membros do Centrão que apoia a base bolsonarista.
No primeiro bloco, a campanha identificou que o presidente não foi bem e perdeu para Lula, porque deixou o petista levar a discussão para onde queria. “A pandemia é um tema delicado. O presidente demorou para trocar de assunto. Ele só mudou porque recebeu um sinal do Carlos, que tava de olho nas redes sociais”.

Bolsonaro até tentou emplacar um discurso mais radical no primeiro bloco, mas não conseguiu. No intervalo, Carlos pediu que o pai ignorasse o adversário e levasse a discussão para onde quisesse. “Ele até citou o cercadinho. Lá quem controla é o presidente”, afirma um dos aliados.

No segundo bloco, o chefe do executivo federal estava mais à vontade, só que sua resposta para Vera Magalhães foi vista como um deboche. “O Carlos pediu para o pai diminuir o tom. A resposta seguinte, ele está mais tranquilo e a educação dele não deu a sensação de falsidade”.
Carlos guiou Bolsonaro no terceiro bloco
Carlos fez diversos sinais para que Bolsonaro tivesse maior controle no terceiro bloco. Ao perceber que Lula estava falando muito, o vereador trabalhou para que o pai tivesse um enorme tempo na reta final. A estratégia funcionou. O grande problema foi que o presidente se empolgou. “Ele falou para os convertidos. Mas se não tivesse o Carlos, talvez o negócio teria sido péssimo”, avaliou o membro do Centrão.