Carlos Lupi, presidente do PDTDivulgação

As principais lideranças do PDT vão se reunir após o fim das eleições 2022 para definir quais caminhos seguirão, visando as disputas municipais de 2024. Na avaliação de uma ala pedetista, acredita-se que a sigla poderia ter saído maior se tivesse feito alianças em diversos estados, como São Paulo e Ceará.
A derrota no estado cearense foi um baque para a legenda. No fim do ano passado, todos tinham certeza que conseguiriam ter o controle da região. Porém, o término da aliança com o PT frustrou os planos e ainda desencadeou numa briga entre os irmãos Gomes.
O partido não elegeu nenhum governador e senador, além de ter perdido duas cadeiras na Câmara. É quase unânime que houve um erro da cúpula pedetista em colocar todas suas energias em Ciro Gomes ao invés de se preocupar com as candidaturas estaduais e do legislativo federal.
“O Ciro tinha uma pequena chance, diferente de governadores e senadores. A aliança com o PT, por exemplo, não poderia ter sido desfeita no Ceará. Ganharíamos no primeiro turno, como ocorreu com o Elmano (PT). Agora temos que repensar tudo para não perder mais força em 2024”, opina uma das lideranças do PDT.
Todos já sabem que conversarão sobre o futuro da sigla logo após o fim das eleições. O prosseguimento de Ciro na legenda é um mistério. O ex-governador do Ceará trabalha com a hipótese de se aposentar e apenas ajudar na formação de novas lideranças políticas.
Por outro lado, há quem diga que Ciro se colocará como opositor tanto de Bolsonaro quanto de Lula para ser uma alternativa em 2026. “O caminho do PDT passa pelas mãos dele. O que for definido pelo Ciro, é o que o partido acatará. E aí muitas mudanças acontecerão”.
PDT pode perder irmãos Gomes
Se Ciro é um mistério, as permanências de Ivo e Cid Gomes são vistas como improváveis de acontecer. A expectativa é que ambos anunciem suas desfiliações e se transfiram para o PSB.
Carlos Lupi também trabalha com a hipótese de participar de alguma federação, inclusive com o próprio PSB. Mas o presidente do PDT sabe que isso só seria possível como uma derrota de Lula, já que o vice da chapa petista é Geraldo Alckmin.
O PDT está preocupado em perder força nos municípios. Por isso quer definir seu caminho o mais rápido possível.