Na semana passada, a Folha de S.Paulo publicou que o ministro da Economia Paulo Guedes planeja mudar a política de reajuste do salário-mínimo , parando de corrigi-lo pela inflação e mudando-o através de meta, que seria definida com três anos de antecedência, o que poderia resultar em um aumento maior ou menor do que o índice oficial. A oposição usou a informação contra o presidente Jair Bolsonaro (PL) e causou reação na campanha bolsonarista.
Segundo apurou o Portal iG, a equipe do presidente não demonstrou, inicialmente, preocupação com os ataques da campanha do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A avaliação é que o tema não teria força para repercutir, pois as chamadas “pautas de costumes” tinham ganhado destaque suficiente para esconder qualquer outro ponto nas eleições 2022.
Porém, Lula e seus aliados passaram a afirmar que Bolsonaro “congelaria” o salário-mínimo, prejudicando milhões de brasileiros. Tal narrativa impactou o eleitorado de baixa renda, que costuma ser o maior beneficiado com o aumento do salário-mínimo a cada ano.
Além disso, o ex-presidente prometeu dar aumento real, ou seja, acima da inflação, como fez ao longo dos seus oito anos de governo. O atual mandatário não realizou nenhum aumento real desde que assumiu o poder.
Pesquisas internas do PL identificaram que os eleitores mais pobres ficaram preocupados com a notícia, tanto que o governante viu seu desempenho oscilar negativamente nos últimos dias.
A reação de Bolsonaro
Para estancar a sangria, a campanha decidiu anunciar na televisão, rádio e redes sociais que Bolsonaro aumentará o salário acima da inflação, ou seja, com ganho real. A peça publicitária é uma rápida resposta para tentar impedir que o PT explore o tema nos últimos dias da eleição.
No entanto, a equipe do presidente tem muita preocupação que a ação não obtenha resultado suficiente. A principal aposta é que as redes sociais e o debate de sexta, 28, realizado pela Globo, ajudem Bolsonaro a desmistificar a imagem de que não tem preocupação com o trabalhador.
Apesar da pesquisa interna ter mostrado uma oscilação negativa, o último levantamento do Ipec mostrou o governante com o mesmo desempenho da semana passada. O presidente apareceu com 47% dos votos válidos contra 53% de Lula.
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