Washington - Cerca de 30 congressistas democratas pediram ao presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, que reconheça imediatamente o resultados da eleição presidencial no Brasil no domingo, 30. O temor é de que Jair Bolsonaro (PL) siga o roteiro do aliado Donald Trump e questione uma possível derrota nas urnas para o concorrente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
"Os Estados Unidos e a comunidade internacional devem estar preparados para reconhecer imediatamente os resultados anunciados pela autoridade eleitoral brasileira no domingo, 30", diz trecho da carta divulgada pelo senador Patrick Leahy.
Os brasileiros vão às urnas neste domingo para escolher, em segundo turno, entre o atual presidente Jair Bolsonaro e Lula, que venceu o primeiro turno por 48% contra 43% e para quem as pesquisas dão uma vantagem.
Bolsonaro apontou em diversas ocasiões - sem provas - a possibilidade de fraude no sistema eleitoral brasileiro, devido uma suposta fragilidade na segurança da votação eletrônica. Em mais de uma vez, até ameaçou não reconhecer os resultados.
Na semana passada, voltou a dizer que vai aceitar os resultados, desde que as Forças Armadas não detectem nada de "anormal".
"Apesar do claro compromisso da sociedade brasileira com a democracia, há fortes temores de que, se Bolsonaro perder, questionará os resultados do segundo turno, quando a diferença entre Bolsonaro e Lula pode ser muito mais apertada", afirmaram os 31 congressistas.
Se Bolsonaro "rejeitar ativamente os resultados das eleições, devemos estar preparados para defender, inequivocamente, a democracia no Brasil", acrescentam.
Eles insistem em que "é sumariamente importante que os Estados Unidos denunciem qualquer tentativa de incitar a violência política no e depois do dia da eleição", porque a pedra angular das relações entre os dois países deve ser "um compromisso compartilhado com a democracia e os direitos humanos".
Em setembro, um grupo de congressistas democratas já havia pedido ao presidente americano que isolasse o Brasil, "caso houvesse tentativas de subverter o processo eleitoral".