Eleitores relataram que Polícia do Exército fez blitz na Vila MilitarReprodução/Redes Sociais

Rio - Eleitores do Rio de Janeiro usaram as redes sociais neste domingo (30) para denunciarem que tiveram dificuldades de acessar as zonas eleitorais da Zona Oeste por conta de blitzes na Vila Militar. Relatos afirmam que a Polícia do Exército realizou abordagens em, pelo menos, três pontos, sendo eles nas alturas da Estrada Marechal Alencastro, da Avenida Brasil e Magalhães Bastos. A ação dos militares também provocou reflexos nas regiões de Anchieta, Guadalupe e Ricardo de Albuquerque.

De acordo com relatos de internautas, na entrada da Vila Militar, a Polícia do Exército revistou todos os ônibus que passavam pelo local. "Rua João Vicente, na entrada da Vila Militar, tem uma blitz no sinal feita pela Polícia do Exército, estão revistando ônibus por ônibus, 'tá' tudo parado por lá", contou. "Estão fazendo blitz por todos os cantos. Vila militar 'tá' parada. A P.E (Polícia do Exército) 'tá' revistando ônibus por ônibus", completou outro.

Uma eleitora que saiu de ônibus do Complexo da Maré, na Zona Norte, contou que levou mais de duas horas para chegar até Realengo, trajeto que afirmou ter feito em menos tempo no primeiro turno. "2:30h de ônibus da Maré até Realengo no segundo turno. Um monte de blitz. Exército barrando em peso a Vila Militar. Um caminho que no primeiro turno fiz em 1h", se queixou a mulher.

Um outro eleitor também afirmou que estranhou o engarrafamento, que não costuma acontecer em dias úteis. "Trânsito nas regiões de Guadalupe, Anchieta, Ricardo Albuquerque e Vila Militar caóticas de modo que nem em dia de semana em horário de pico acontece. Relatos de Blitz na Av. Brasil", relatou.

Uma mulher, que preferiu não se identificar, passava em um carro de aplicativo pela Vila Militar no momento das abordagens e contou que retirou os adesivos que usava em favor do então candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT), após ver que eleitores com roupas vermelhas e bonés do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) foram parados pela Polícia do Exército. Apesar de não ter sido impedida de continuar o caminho, ela afirmou que entendeu a medida como coação.
"Nós entramos na Vila Militar e tinham soldados da Polícia do Exército olhando carro por carro. Eu notei que tinham algumas pessoas saindo dos carros e eles (militares) fazendo um tipo de revista. A maioria dessas pessoas não estava de blusa verde e amarela, tinham pessoas de blusa vermelha, com boné do MST. Conforme eu percebi que eles estavam vindo de carro em carro, eu comecei a tirar os adesivos que estavam no meu corpo. Ele (militar) olhou pela janela, eu estava com um brinco de estrela, ele olhou, depois olhou para o motorista e mandou seguir. Eu notei que ele estava mesmo ali, de certa forma, coagindo as pessoas que não estavam com roupa do Brasil, pedindo para sair do carro, fazendo uma revista sem motivação", disse a mulher.