O governador eleito de São Paulo Tarcísio de Freitas (Republicanos) dificilmente terá membros do alto escalão do governo Bolsonaro na sua gestão. O ex-ministro da Infraestrutura formou um acordo com Gilberto Kassab (PSD) antes do início da campanha das eleições 2022 para que o Palácio dos Bandeirantes não se tornasse um QG bolsonarista.
Segundo apurou o Portal iG, no começo do segundo semestre, Kassab foi procurado pelas equipes de Rodrigo Garcia (PSDB), Fernando Haddad (PT), Tarcisio e Elvis Cezar (PDT). O objetivo de todos eles era ter o ex-prefeito da capital paulista como um aliado na disputa estadual.
O presidente do PSD descartou qualquer união com Garcia por conta de desavenças do passado. O ex-ministro também tem questões não resolvidas com Haddad, mas escutou as propostas do petista. Porém, o diálogo não avançou e Kassab optou por focar em Freitas e Elvis.
Apesar de ter simpatizado com o plano de governo do pedetista, o ex-ministro avaliou que Elvis não teria chance de vencer. Então sua relação com o ex-ministro da Infraestrutura cresceu e a aliança com o governador eleito foi firmada, com a indicação do vice da chapa, Felício Ramuth.
Entre tantos acordos realizados, um deles foi que Freitas não transformasse o Palácio dos Bandeirantes em um QG bolsonarista. Kassab já comentou inúmeras vezes que desaprova o governo Bolsonaro e sempre o tratou como um político antidemocrático.
O ex-prefeito de São Paulo só aceitou estar ao lado de Tarcísio porque a promessa feita foi de que os secretários e diretores seriam escolhidos de maneira técnica. A ideia é ser mais próximo da gestão tucana do que bolsonarista.
Com a vitória confirmada no domingo, 30, Kassab parabenizou Tarcísio e o relembrou da promessa feita. O ex-ministro da Infraestrutura garantiu que terá na sua equipe apenas profissionais capacitados e que possuem conhecimento de São Paulo.
Inclusive, Tarcísio não pretende fazer grandes mudanças nas secretarias. A tendência é que ele use a experiência do PSDB a seu favor. O governador eleito trabalha com a hipótese de ter os tucanos na sua base aliada, inclusive deixando-os nas pastas de Habitação e Desenvolvimento Regional.
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