Logunedé - Reprodução de Internet
LogunedéReprodução de Internet
Por O Dia
Rio - Nessa quarta-feira (16), a Netflix lançou a série documental “Anitta: Made in Honório”, que retrata os bastidores da vida e da carreira da cantora. No primeiro episódio, Anitta atribui características da sua personalidade ao seu orixá Logun Edé. Mas quem é essa divindade?


O praticante da espiritualidade universalista Leonardo Almeida, do Espaço Ilumina e administrador da página “Filhos de Logun Edé”, esclarece que é delicado colocar rótulos em cima de uma divindade, porque existem vários tipos de nações dentro do Candomblé. No entanto, é fundamental ter a noção de que cada orixá tem as próprias características. “Logun Edé foi feito por Oxum e Oxóssi. Em algumas casas, acredita-se que ele foi adotado por Ogum e Iansã. As pessoas costumam dizer que ele fica seis meses com a mãe e os outros com o pai. Eu acredito que ele tem características de ambos, assim como também tem dos pais adotivos. Mas é importante ressaltar os próprios atributos do orixá. Ele é feiticeiro, guerreiro, caçador e forte.”

Segundo Almeida, o orixá atua nas águas doces e nas matas, locais de origem de Oxum e Oxóssi, respectivamente. Ele é representado com o “abebé”, ou seja, o espelho, presente de sua mãe, o qual ele se admira, e também com o “ofá”, arco e flecha de Oxóssi, para aprender os dons da caça. “Os filhos de Logun Edé são pessoas prósperas, com caminhos abertos, dons artísticos, dominam bem a comunicação, gostam de fartura e são alegres.”

O orixá é retratado em alguns Itans, ou seja, nas histórias, como criança. Mas Leonardo afirma que em outras ele pode ser visto como um guerreiro, feiticeiro e excelente caçador. ”Então, tem gente que se apega que Logun Edé é uma criança. Ele é retratado como um espírito jovem, portanto, tem a essência infantil presente. Mas ele cresce como toda divindade.”

Ainda de acordo com o praticante da espiritualidade universalista, a comida ofertada a Logun Edé é metade Omolocum, de Oxum, e Axoxó, de Oxóssi. As cores são amarelo e azul.

Itan de Logunedé

“Mesmo se amando, Oxóssi e Oxum não viveram juntos, pois seus costumes, gostos e interesses eram muito diferentes, ao saber que sua amada estava grávida, Oxóssi disse à ela: ‘Oxum, pelo amor que tenho por ti, gostaria de ficar com o menino e criá-lo da melhor forma possível, o ensinarei a ser um grande caçador e guerreiro e ele aprenderá sobre todos os segredos das matas.’ Impossibilitada de se separar do filho que tanto amava, Oxum respondeu: ‘O menino ficará 6 meses com o pai e 6 meses com a mãe, comerá de caça e de peixe. Ele será Oxum e Oxóssi, sem deixar de ser ele mesmo Logun Edé: o príncipe da floresta e exímio caçador’.”