Por rafael.arantes
'A praia do Rio'%3A Beach soccer é o primeiro esporte da sérieArte%3A O Dia Online

Rio - O sol e as praias do Rio são as características mais marcantes da Cidade Maravilhosa. Neste cenário, O DIA dá início à série "A praia do Rio", abordando os esportes que tomam conta das areias. O Leme é o responsável por dar ao ambiente praiano um ar mais esportivo. A pequena costa é o alvo principal dos atletas e já se tornou um grande ponto de encontro para a prática dos esportes de verão. O beach soccer é a categoria mais badalada do litoral. A mistura entre o futebol e as areias provoca no povo carioca uma verdadeira alquimia. O resultado final só pode ser mais uma intensa paixão. Nome de sucesso, o ex-jogador Benjamin não esconde o encanto que a modalidade causa. Nascido e criado pelas ruas do bairro, é no Leme que ele enxerga mais uma paixão de seu país.

"Falar sobre esta relação entre beach soccer e Rio de Janeiro parece difícil, mas não é. Praia, futebol e Cidade Maravilhosa.. Tem tudo a ver! Não desmerecendo as outras cidades, mas temos um litoral lindo, um clima estonteante e isso sem falar em Copacabana, a 'Princesinha'... Sol, praia e futebol juntos só poderiam provocar uma grande paixão. E não foi diferente. É incrível como o povo brasileiro passou a amar esse esporte. Para a gente é muito bom ver o tamanho que ele tomou", disse o atleta de 43 anos, que também analisou um dos fatores que fazem do futebol de praia uma grande paixão para os brasileiros.
Benjamin exalta ligação entre o Beach Soccer e o Rio de JaneiroRafael Arantes / Agência O Dia

"As jogadas são diferentes, a plasticidade. É um esporte que favorece esse tipo de coisa. Dar um voleio, um drible, uma bicicleta... Isso acrescenta um algo a mais até mesmo para quem está ali assistindo. Sem contar na questão do Fair Play, que tanto prezamos. Sempre me orgulhei muito de passar em frente a uma arena de competição e ver filas imensas de pessoas querendo garantir um lugar na arquibancada", comentou.

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Agora afastado do profissionalismo nas areias, Benjamin se mostra bastante satisfeito quando o assunto é a carreira trilhada no beach soccer. Nos mais de dez anos de atividade, o jogador chega a se perder entre conquistas e momentos marcantes pelas praias.
"Eu costumo dizer que a estreia a gente nunca esquece... Mas são muitos momentos. De 1995 a 1999 eu cheguei a me dividir entre campo e areia, mas depois foi foco total. Consegui ter a realização de escrever uma bela história nesse esporte. Defender grandes clubes como Vasco e Corinthians, vestir a camisa do Flamengo, que é o meu time do coração, e conseguir representar a seleção do meu país. São tantas coisas que eu chego a perder as contas (risos). Acho que só faltou ter um título pelo Flamengo para eu fechar com chave de ouro", analisou.

EVOLUÇÃO EM BUSCA DO SONHO OLÍMPICO

Desde que foi criado, o beach soccer vem mostrando claramente uma grande evolução. Com a aprovação do povo brasileiro, o esporte se tornou um dos mais queridos pelos litorais, mas o grande sonho dos amantes da modalidade ainda não foi conquistado. Segundo o próprio Benjamin, ver o futebol de areia sendo considerado um esporte olímpico ainda é o maior objetivo de todos que se envolvem com a categoria.

Benjamin fez história com a camisa da seleção brasileiraCarlos Mesquita / Agência O DIA

"Não só o meu, mas o de todos que se envolvem com o esporte, é ver o beach soccer se tornar um esporte olímpico. Todo o crescimento que a modalidade já demonstrou representa isso e o que falta é uma maior integração entre as confederações para conseguir concretizar isso tudo. Hoje a areia é a minha diversão, mas seria uma honra enorme poder ajudar fora das quatro linhas. Quero muito ver este esporte crescendo cada vez mais, isso é o grande objetivo do futebol de areia. Sei que vamos chegar lá", comentou Benjamin, que também ressaltou a projeção da modalidade entre grandes clubes e o potencial social que existe na categoria.

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"Todo o crescimento que o beach soccer vem apresentando é algo incrível. Este é um esporte que é muito mais que uma variável do futebol. É uma nova paixão, uma modalidade que pode revelar talentos. Não faltam profissionais, faltam projetos mais intensos assim como os grandes clubes passaram a fazer com o tempo. A criançada do nosso país pode ter no futebol de areia um estímulo a mais por uma vida do bem, por uma vida saudável", projetou.
Aos 43 anos, Benjamin se aposentou do beach soccer, mas escreveu uma grande trajetória. Após começar no Vasco e passar pela Itália antes de defender o Corinthians e o Flamengo, foi na seleção brasileira que o jogador fez história. Foram quatro títulos do Mundial da Fifa (2006, 2007, 2008 e 2009), cinco taças das Eliminatórias do torneio (2005, 2006, 2008, 2009 e 2011) e seis troféus do Mundialito de Futebol de Praia (1999, 2001, 2004, 2005, 2010 e 2011).


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