Por pedro.logato

Rio - Depois de muitas rodadas sem interesse e da indiferença até dos mais assíduos torcedores, eis que o Maracanã ganha hoje seu primeiro grande clássico de 2014, capaz de atrair um bom público. Só capaz porque, como haverá o segundo jogo domingo, é possível que a renda seja abaixo das previsões em uma noite de quinta feira.

Principalmente porque são duas torcidas desconfiadas e ainda sem muita confiança nos seus times. O Fluminense, pela oscilação, na campanha que acabou sendo inferior ao que se esperava. Houve algumas boas vitórias, como no Fla x Flu, mas também dias de apagão, nas derrotas para o Madureira e contra os reservas do Botafogo.

E o Vasco, pelas carências gerais do time, que melhorou muito na defesa a partir da chegada de Martín Silva mas que não encontrou definição e constância no seu muito mexido ataque, apesar da categoria de Douglas e dos gols de Edmílson. É o tipo da semifinal com prognóstico muito difícil de acordo com o acidentado retrospecto, mas, se cada um atingir algo próximo do seu potencial, o Flu terá mais chances.

TRISTE BOLO

O Engenhão já tem bolo de aniversário de um ano de interdição que trouxe grande prejuízo ao Botafogo, à credibilidade da engenharia e até dos políticos envolvidos, tais as teorias de conspiração que foram surgindo. Pior do que isso é que não há informações sobre o que está sendo feito ou quando termina. Só piora tudo saber que há outros casos de lambanças na construção e até na operação posterior de outros estádios.Enfim, o futebol não escapa nem um pouco da grande geleia geral.

DESAFIO

É possível que Neymar esteja enfrentando mais obstáculos do que imaginava no seu início no Barcelona, seja pelas ironias da mídia e dos torcedores, seja pela sua função tática aparentemente engessada pelo comando técnico. Mas há uma supervalorização disso e ninguém irá criar caso se Neymar tomar iniciativas pessoais e for bem sucedido em improvisar. É hora de mostrar personalidade e confiança em um grande desafio para um menino de 21 anos.

SEM CRITÉRIO

Essa tentativa do Botafogo em trazer Sheik é bem um reflexo das inconsistências e loucuras do futebol brasileiro. Ela surgiu do nada, de uma oferta aleatória de um empresário oportunista e o clube mostrou também que, depois dos equívocos de contratações absurdas, se disporia a um empréstimo parcial de um jogador complicado e em queda. Tudo típico da rotina do futebol brasileiro em que o planejamento fica no papel e em que há sempre disponibilidade para investimentos furados.

DE VOLTA À GRANJA

Não deixa de ter uma aura de simpatia essa volta da Seleção à Granja Comary,de ótima recordação de uma era de títulos, em temporadas agradáveis na Serra para torcedores e jornalistas. É um local agradável, ao mesmo tempo perto do Rio e suficientemente isolado. Resta saber, nesses novos tempos, se Teresópolis terá infraestrutura para o tumulto e até se os jogadores se adaptarão ao velho casarão remodelado.Com Felipão e Parreira, parece um varandão da saudade.

NA COPA, A SEGURANÇA ESTÁ GARANTIDA

Sérgio Cabral, ao anunciar ajuda militar para a ocupação do Complexo da Maré, citou a importância estratégica do local, perto da Linha Vermelha, da Av. Brasil e do aeroporto. Mas, passado o mês da Copa, os turistas e os cidadãos comuns continuarão seguros? Sem planejamento a longo prazo e investimento social fica difícil. Quanto a protestos de rua contra o evento,uma idiotice sem tamanho. É melhor rezar.

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