Por bernardo.argento

Rio - O Carioca deste ano foi um dos piores dos últimos tempos e, talvez, só possa ser um pouco salvo pela decisão que começa hoje. O clássico Vasco x Flamengo, apimentado pela briga na artilharia entre Edmilson e Alecsandro, carrega tremenda rivalidade que tem sido até levada a um clima de violência por causa, quem sabe, da incrível supremacia rubro-negra. Essa história de vice do Vasco é apenas o lado curioso de recente rotina que começou na época do tri, com o histórico gol de Pet.

O Vasco tem agora excelente chance de quebrar esse estigma. Dedica-se exclusivamente à competição, seu treinador faz excelente trabalho, encontrou um time e dá-se ao luxo de optar por um esquema ofensivo com três jogadores que atacam sempre — Reginaldo, Edmilson e Everton Costa. O Flamengo vem desfalcado e desgastado pela Libertadores. Mas isso não significa tanto porque Jayme de Almeida tem variações e o grupo se supera. O Vasco ganhou, em tese, bela chance de, finalmente, se impor nessa decisão que vai reviver os melhores momentos do clássico e fechar bem um péssimo campeonato.

O encaixe

Alecsandro sempre foi um jogador esperto, com bom índice de gols. Mas, agora no Flamengo, parece ter encontrado o encaixe ideal. Mesmo com a responsabilidade de entrar no lugar do artilheiro Hernane, sempre deu conta do recado e, mesmo agora, com a lesão do Brocador, vem sendo um substituto à altura e, para muitos, merece ser titular. Na véspera da decisão com o Vasco e da briga por uma vaga na fase de grupos da Libertadores, Alecsandro deixa a torcida tranquila.

Requentado

A provável contratação de Sheik levanta muitas dúvidas no Botafogo e nem todas com viés favoráveis. Ele, qualquer que seja o esquema, vai forçar despesa acima dos padrões do clube e isso já causou problemas no elenco. A essa altura, em situação difícil na Libertadores e com o Estadual no lixo, dá uma sensação de inutilidade. E deixa também a certeza da improvisação e da falta de planejamento porque já foram feitas contratações inúteis e agora aparece um Sheik requentado.

Nem pra competir

O presidente eterno do Fluminense Francisco Horta, grande figura do esporte, diz, com sabedoria, que as coisas baixaram a tal nível que hoje o processo eleitoral na CBF não inviabiliza apenas a vitória de uma candidatura de oposição. São tantas as exigências, que a legislação praticamente não abre espaço para qualquer candidatura, o que vai perpetuando o nome único da situação. Vira uma ação entre amigos — de Havelange a Teixeira, daí a Marin e, agora, Del Nero.

Êxito mineiro

A dupla mineira viveu um grande momento na Libertadores. O Cruzeiro, que estava dado como morto, em situação complicadíssima, obteve bela vitória sobre a Universidad de Chile, em Santiago, e agora deve se classificar. O Galo empatou em Bogotá com o Santa Fé, garantiu a vaga por antecipação e Ronaldinho foi louvado e homenageado de todas as formas provando que seu prestígio mundial está intacto. Fora o Botafogo, os brasileiros vão bem na Libertadores

Poucas coisas funcionam bem

Do Itaquerão, passando pelo Nordeste até a Arena da Amazônia, os testes para a Copa vão sendo reprovados, seja na questão das obras atrasadas e inacabadas, seja na estrutura paralela, no acesso e no próprio esquema de funcionamento. Pode-se dizer que jogos como o que ocorreu em Manaus são para testar mesmo, mas é difícil imaginar que tudo se corrija em um piscar de olhos. Seja o que Deus quiser.

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