Por rafael.arantes

Indonésia - Viver no maior arquipélago do mundo tem suas vantagens. A temperatura agradável e a grande relação com o surfe transformam o país numa verdadeira vitrine para turistas. No entanto, se as belezas naturais são atrativos do local, o futebol ainda não tem grande destaque internacional. Encarar os desafios é uma grande aventura e, hoje, aos 22 anos, o brasileiro Diogo Rangel se sente realizado ao viver uma boa fase no Sriwijaya, clube do sul da ilha de Samatra.

Diogo Rangel enfrentou as dificuldades e cresceu no futebol da IndonésiaDivulgação

"Resolvi vir para cá ao saber que deste grande desafio poderiam surgir outras oportunidades para me dar bem no que busco. Na maioria das vezes temos de comer primeiro o amargo para depois desfrutar do doce. Então pensei que poderia passar um pouco de sufoco aqui e, depois, consequentemente, as coisas iriam aparecer. O fato de estar jogando, conquistando tudo que um dia imaginei, em um lugar que jamais pensaria que poderia me dar as condições de trabalho que eu tenho, é um fator determinante atualmente", analisou Diogo, que admitiu ter enfrentado dificuldades para se adaptar ao novo estilo de vida.

"O começo foi muito complicado. Um futebol de muita correria, assim como todo o futebol asiático, muitos jogadores bons, estádios superlotados. A população é fanática pelo futebol local. Nesse ponto chega a ser bem parecido com o Brasil, mas um futebol muito difícil, no qual a cobrança é absurda em cima dos estrangeiros, não é fácil se adaptar. Em algumas vezes a técnica fica de lado e eles acabam priorizando a força e a vontade", contou o atleta, que foi campeão carioca sub-20 pelo Vasco.

Para se sentir em casa, o lateral direito reconstruiu sua rotina. Até mesmo a alimentação passou a ser diferenciada na vida do lateral. Para se sentir confortável ao estilo muçulmano de vida, Diogo enfrentou dilemas por todo o canto: "A vida aqui é bem diferente do que encontramos no nosso país. A cultura, alimentação e a forma de agir das pessoas são bem distintas. A maioria devido à doutrina que eles levam. É um país muçulmano, além de ser um pais racista, mas com o decorrer do tempo você aprende a lidar com esse tipo de coisa, que acaba virando tudo normal, mas no começo é um quebra-cabeça".

Mesmo feliz no Sriwikaya, Diogo não esconde a saudade de casa. No entanto, o fator ainda não é determinante para um retorno imediato ao país do futebol. O desejo agora é de levar sua equipe ao título nacional. Só depois disso o jogador pretende se despedir da terra do surfe.

"Sinto muita saudade do Brasil. Chega a ser algo incondicional a saudade da família, como dos nossos costumes, da nossa cultura, e principalmente do nosso futebol. Penso dia após dia e, para mim, um dos meus principais objetivos hoje é colocar o time onde ele merece, chegar ao título nacional. Após alcançar esta meta eu vou em busca de novos ares", concluiu.

Na Indonésia%2C Diogo quer levar seu clube ao título nacionalDivulgação


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