Rio - Só um grande ídolo seria capaz de colocar torcedores de Flamengo e Vasco do mesmo lado. Unidos pela dor da morte de Ayrton Senna, vascaínos e rubro-negros, que horas depois do acidente do piloto ainda tiveram forças para ir ao Clássico dos Milhões, cantaram juntos no Maracanã para homenagear o herói que deu tantas alegrias nas manhãs de domingo. Após o minuto de silêncio em que não se ouvia nada, o grito “olê, olê, olê, olá, Senna, Senna” saiu da boca de quase 80 mil pessoas e emocionou a todos presentes.
“Algo diferente aconteceu no Maracanã. O jogo ficou em segundo plano. Foi natural esquecer a rivalidade para reverenciar o maior ídolo do país naquele momento. O resultado (1 a 1) não teve qualquer sabor”, recordou Júnior, que, na época, era técnico do Flamengo e teve Senna como exemplo na preleção.
“Usamos a carreira vitoriosa, o espírito guerreiro dele para mostrar que o exemplo como profissional servia para todos. Ninguém é tricampeão sem sacrifício”, lembra.
Além do Maracanã, outros estádios viram a rivalidade ficar em segundo plano. Atleticanos e cruzeirenses, são-paulinos e palmeirenses também cantaram juntos para reverenciar o ídolo naquele triste 1º de maio de 1994.
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O futebol brasileiro voltou a homenagear o ídolo das pistas na Copa do Mundo. Durante a comemoração do tetra, nos Estados Unidos, os jogadores da Seleção surpreenderam com uma faixa dedicando o título ao piloto tricampeão, que meses antes dera o pontapé inicial no amistoso contra a França, em Paris.
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“Ele era ídolo de todos. Eu via a F-1 por causa do Senna. Era um ídolo, líder, obstinado. Um exemplo. Achamos que deveríamos fazer essa homenagem”, disse Carlos Alberto Parreira, técnico em 1994.
INSTITUTO ETERNIZA O EX-PILOTO
Fundado em 1994, o Instituto Ayrton Senna foi idealizado pelo piloto que desejava diminuir a desigualdade social do Brasil pela educação. O IAS saiu do papel após sua morte, para a família manter o sonho vivo.
Cerca de 2 milhões de alunos em mais de 1.300 municípios pelo Brasil são beneficiados anualmente pelas ações do Instituto. Segundo os dados da ONG, mais de 10 milhões de pessoas já passaram por programas do IAS.
“O Instituto foi fundado para levar adiante um grande sonho do Ayrton: dar chance às crianças e jovens para atingirem sucesso na vida”, disse o sobrinho de Ayrton, Bruno Senna.
