Por pedro.logato

Rio - Embora o ambiente seja excelente, um dos melhores de que se tem memória na história das seleções brasileiras, ninguém — nem mesmo quem está de fora — pode negar que a tensão para a Copa, especificamente para o dia da estreia, é muito grande. Na coletiva de quarta, Felipão e Neymar procuraram desmistificar e simplificar tudo. Felipão até foi simpaticamente incoerente ao dizer que tira toda pressão em cima do seu craque e a distribui por todos os jogadores, mas, ao mesmo tempo, lembra que ele precisa fazer a diferença por ser a estrela da companhia.

De sua extrema juventude, aos 22 anos, Neymar apenas sorria, com a sua simpatia devastadora. Hoje contra a Croácia, ele deverá sofrer marcação pesada mas, mesmo que não consiga um intenso brilho individual, poderá abrir espaços para os companheiros e a maior esperança é Hulk, que vem mostrando que sua convocação foi muito merecida. Nesses últimos dias, Felipão insistiu na marcação por pressão na saída de bola do adversário e, se a Seleção tiver força para isso, a vitória ficará facilitada. A perspectiva é de um jogo difícil, tenso e de poucos gols, mas o Brasil é melhor e deverá prevalecer.

Brasil faz estreia nesta quinta-feira contra a CroáciaDivulgação

FRAGILIZADOS

O Brasil, além de ser uma das poucas seleções importantes que não perdeu nenhum craque para a Copa,ainda ganha ventos a favor na estreia porque a Croácia tem enfrentado sérios problemas com jogadores afastados por suspensão ou lesões. No último treino, Pranjic e Olic se lesionaram e, como Mandzukic terá que cumprir um jogo de suspensão, Modric, o meia do Real Madrid, passa a ser a maior referência. O técnico Nico Kovac deverá armar um verdadeiro ferrolho, atípico na Croácia.

UM PERIGO

Felipão já deve ter percebido que a Seleção, cuja defesa é muito boa, ressente-se de melhor cobertura nos avanços dos laterais. Algumas vezes sobem os dois ao mesmo tempo e isso não pode acontecer porque será um convite a contra-ataques em velocidade. Principalmente pelo setor de Marcelo, aparecem espaços generosos para os adversários. Claro que o ótimo apoio dos laterais às vezes compensa pela ajuda ao ataque mas não pode haver desatenção na marcação.

A DISPUTA

O jogo de quinta tem um desafio que está sendo proposto a Felipão desde o início da preparação. Se quiser continuar como titular, Oscar deverá jogar com mais energia e eficiência. Caso contrário, a pressão geral pela entrada de Willian será grande e como ele tem seus limites para prestigiar a família, poderá providenciar a mudança. Será a última chance para Oscar e contra um time de pesada marcação. Ele vai precisar se deslocar muito e descobrir espaços para os lançamentos.

A EXPERIÊNCIA

Os companheiros Ana Carla Gomes, Rodrigo Stafford e Vitor Machado, aqui em O DIA, fizeram excelente entrevista com Parreira, que fez oportunas considerações sobre esse momento decisivo da Seleção. Fez a previsão de que a Croácia vai colocar mais de um volante na marcação.Ele elogia o ambiente excepcional no grupo e só não soube explicar o caos em 2006. O diagnóstico daquela época de prima-donas é fácil, o difícil é entender porque ele se curvou diante da bagunça.

ALEGRIA DA TORCIDA SURPREENDE E ANIMA

Quem esperava, já nesses primeiros dias de treinos das seleções, algum tumulto e uma certa indiferença do povo, quebrou a cara. As manifestações vão ficando em segundo plano e o destaque absoluto é para a presença massiva e festiva das populações locais nos treinos de todas as seleções. Quem imaginava a interação dos holandeses com os torcedores em Ipanema ou as filas em BH para assistir aos argentinos? Claro que há o componente de curiosidade pelo momento histórico mas as pessoas querem confraterniza r e prestigiar o futebol. Pelo menos até 13 de julho.

Você pode gostar