Por fabio.klotz

Rio - O que se estranha na dispensa de Maicon não é o mistério inicial sobre a natureza de sua indisciplina, mas a preocupação da comissão técnica de se calar sobre o que realmente houve e ainda agir para inibir a mídia. Conseguiu apenas aumentar a curiosidade geral e incentivar a corrida para se descobrir o que de fato houve. Ou seja, atraso na reapresentação e assédio à mulher errada.

Maicon é alvo de polêmica na seleção brasileiraMowa Press

No mundo midiático e fofoqueiro em que vivemos, foi como se oferecessem açúcar às formigas. As razões do corte podem ser válidas e acenam com tempos de maior cobrança e seriedade, talvez por conta de um certo oba-oba durante a Copa. Pode ser o início da reconstrução depois do vexame, mas é apenas uma pequena parte do problema que envolve uma nova visão tática do futebol, reforma administrativa, mudança da postura dos jogadores em relação à arbitragem e adversários e até uma reformulação do preparo técnico nas divisões de base. Disciplina ajuda, mas não resolve um problema cada vez mais complexo.

Novo teste

Nesta fase inicial da nova era Dunga o importante é vencer e deixar na opinião pública, pelo menos, a impressão de que esse grupo é mais simples e mais concentrado, capaz de evoluir. Por enquanto, não há nada de muito relevante para destacar. O Equador, inferior à Colômbia, é que deverá mostrar mais cuidados para tentar os contra-ataques. Seria ótimo ver em ação Ricardo Goulart, Everton Ribeiro e Philippe Coutinho. Afinal, se sacrificaram tanto os clubes, que os aproveitem.

Todos mortos

Fred pode até ter exagerado um pouco, preocupado com sua longa má fase, mas não deixa de ter razão seu protesto pelo sacrifício geral dos jogadores. Todos disputam pesado Brasileiro, com muitas viagens (algumas não previstas, só para os mandantes faturarem mais), Copa do Brasil, Sul-Americana e amistosos da Seleção. O calendário é horroroso, não tem o menor compromisso com o bom senso, só com faturamento e interesses da TV. E não há perspectiva de mudanças.

O atrito

Esse desencontro entre Jefferson e o presidente do Botafogo, Maurício Assumpção, revela bem a crise, que coloca em confronto a figura máxima do clube e o craque absoluto do time. Jefferson tem razão em exigir seus direitos. Poderia até ter saído, mas Maurício está certo em dizer que o Botafogo o resgatou após uma fase obscura, foi uma grande vitrine para ele e que os seus salários, pagos em dia, de quase R$ 300 mil por mês, estão acima da média na Europa para a posição.

O velho vilão

Os técnicos estão sempre aí como os primeiros bodes expiatórios para os insucessos. Agora mesmo no Sul, a torcida colorada chama Abel de burro e pede sua saída. Logo ele, que chegou nos braços da galera, já levantou um Mundial e faz uma ótima campanha no Brasileiro. Mas o time vacilou contra o Figueirense e permitiu a virada depois de fazer 2 a 0. Os jogadores reconheceram o mole que deram, mas a cabeça pedida foi a de Abel. Se ele bobear, dança mesmo...

A recuperação do basquete é um grande alívio

Foi uma alegria imensa ver o basquete brasileiro voltar à tona com a vitória sobre a Argentina. A lembrança do time bicampeão mundial no Maracanãzinho é inesquecível e mesmo depois houve boas passagens. Mas, dos anos 90 para cá, só frustração. Agora, com os problemas contornados, o pessoal da NBA no pedaço e um bom treinador, voltaram as vitórias. Dificilmente haverá chance para superar Espanha e Estados Unidos, mas, quem sabe, um lugar no pódio como terceiro do mundo. Já seria fantástico.

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