Rio - O presidente da CBF, Marco Polo Del Nero concedeu uma entrevista coletiva para explicar porque deixou a votação da Fifa, antes do seu final, logo após a prisão do ex-mandatário da entidade máxima do futebol brasileiro, José Maria Marin, devido a um esquema de corrupção desvendado pelo FBI. Segundo Del Nero, a volta ao país foi decidida para que a ele pudesse prestar esclarecimentos para a Justiça. O presidente afirmou que não há a menor possibilidade de renunciar e negou participação no esquema.
"É um momento complicado para a Confederação Brasileira de Futebol. Ainda estamos bem próximos do ex-presidente, José Maria Marin. Devido a esse momento complicado eu resolvi deixar a Suíça para a CBF, de forma correta, cumprir e dar as explicações necessárias, não só para as autoridades, mas também para a imprensa do Brasil", afirmou.
O presidente afirmou que lamenta o ocorrido com José Maria Marin. Sem fazer a defesa do ex-mandatário, Marco Polo Del Nero, disse que a expulsão de Marin da CBF foi definida por pedido da Fifa, assim como a retirada do nome do ex-presidente da sede da entidade na Barra da Tijuca.
"É triste, fica minha solidariedade como ser humano. Só que infelizmente temos que fazer alguma coisa. Temos que continuar realizando a nossa função em relação a Confederação Brasileira de Futebol. É um amigo meu, mas eu não tinha conhecimento, dessa verba de R$ 20 milhões da Copa América"
Confira outros temas abordados por Marco Polo Del Nero na coletiva:
Acusações de Romário
"Com relação ao Romário, eu posso informar que atualmente ele me ataca, mas toda vez que ele me ataca, eu tomo providências. Em algumas vezes ele é condenado. Quantas vezes ele me atacar eu vou reagir."
Função como vice-presidente de Marin
"A função do vice-presidente é ajudar o presidente no que ele pede. Era o que eu fazia, é uma função semelhante a de um diretor. Era o que eu fazia, quando tinha essa função. Não participava em nenhuma assinatura de contratos. Não assinei nenhum contrato enquanto fui vice-presidente"
Prisão do ex-presidente Marin
"Eu soube por telefone que o Marin havia sido levado pela polícia suíça. Depois, ficaram com os advogados o encaminhamento. Depois que saímos de lá, nenhuma informação chegou a gente. Só ficamos sabendo por conta das informações dos jornais"
Decisão de retornar ao Brasil
"Quando eu pensei em me ausentar por conta da prisão do ex-presidente Marin, eu conversei com outros presidentes de Federações da Conmebol a necessidade de prestar esclarecimentos no meu país, por isso que eu estou presente. Por isso, deixamos os representantes lá para votarem em bloco, junto com a Conmebol. Vamos acompanhar o voto da maioria dos representantes"
Colaboração com a investigação
"Os documentos apresentados para o Ministério Público foram apresentados depois de uma reunião da CBF. Porque podemos provar que não há nenhum tipo de irregularidades nos contratos. Passamos para o Ministro da Justiça. Iremos responder e cooperar em todas as investigações"
Corrupção no futebol
"Não acredito que exista esse tipo de corrupção. Sei que na minha gestão na Federação Paulista isso nunca aconteceu. Não posso falar sobre qualquer outro tipo de Confederação, mas aqui posso garantir que comigo nunca aconteceu"
Marin: Culpado ou inocente?
"Acreditamos que o ex-presidente Marin só poderá ser condenado assim que for julgado. Porém, estamos banindo ele por uma determinação da Fifa, que realmente tivemos que acatar"
Contratos da CBF
"Não podemos cancelar os contratos do nada. Temos que avaliar todos. Há contratos positivos para a entidade, não podemos achar que há equívocos em todos eles"
Repercussão dentro de campo
"Não vai haver nenhuma modificação no futebol. Há uma crise que envolve a administração. Nós iremos tomar nossas providências e prestar esclarecimentos, mas o Brasileirão segue, a Copa América segue, as outras competições também, sem a interferência"