Por fabio.klotz

Rio - Esta nova fase de Dunga na Seleção tem sido impecável: dez vitórias em dez jogos. Vamos combinar que depois da tragédia na Copa do Mundo não era fácil reconstruir o grupo. Ainda mais que boa parte da mídia e do torcedor não tinha o treinador em boa conta. Claro que esses jogos tiveram um valor relativo e é fundamental conquistar competições oficiais.

Dunga está com 100% de aproveitamento desde que voltou à SeleçãoErnesto Carriço

A Copa América, que Dunga já ganhou, será a primeira parte de um desafio que só termina em 2018. Alguns jogadores do Mundial acabaram preservados - David Luiz, Luiz Gustavo, Willian e Neymar - e foram feitos ajustes importantes, entre os quais se destacam a efetivação de Miranda na zaga e a entrada de Philippe Coutinho no meio. Mas, importante mesmo, é a mentalidade do time e a concepção tática com a defesa muito compactada e maior velocidade. Na estreia de deste domingo, o Brasil deve ter dificuldades, mas é favorito contra o Peru, que é coadjuvante.

Duas questões

É um tanto bizarro que Daniel Alves seja reserva do jovem Fabinho, mas como ficou em terceiro plano, Dunga deve dar um tempo para, quem sabe, corrigir o próprio erro. No fim das contas, Daniel deve voltar no momento certo. O ataque também mostra uma boa disputa entre Tardelli e Firmino, jogadores de características diferentes e que poderão até se revezar de acordo com as necessidades táticas. Pode até haver espaço para Robinho. Fred não deixou saudade.

Sem brilho

A Copa América começou sem brilho e apenas muita simplicidade na festa de abertura, bem organizada, mas um tanto tosca. A torcida também estava meio desanimada e só acordou com os gols do Chile que demoraram a chegar. Aliás, viu-se pouco futebol na abertura. Os principais jogadores chilenos, como Valdivia, Sánchez e Vidal, não estavam inspirados e o Equador é apenas um time lutador, com poucas pretensões. A estreia só prometeu mesmo arbitragens bem confusas.

Fala sério

Após as denúncias de corrupção e das ameaças que pairam sobre cabeças coroadas do nosso futebol, certos cartolas da CBF ficam discutindo sobre o momento certo para valer o regime de uma única reeleição. Claro que os atuais dirigentes só poderão continuar mais um período. Tem gente que "interpretou" que só valerá depois de 2018 para ficar mais um bom tempo no poder. Eles estão acostumados com a mordomia e não querem largar o osso. FBI ou Polícia Federal neles!

Teste para valer

Após duas boas vitórias e um empate com o Sport, o Fluminense passa por importante teste em São Paulo, contra o Palmeiras, que já está de técnico novo: Marcelo Oliveira. Mesmo com essa motivação, o Verdão terá que superar as dificuldades para ganhar em casa. O time foi bem no Paulistão, mas desandou e pega um Flu com o desfalque de Fred. Resta saber se o veterano Magno Alves resolverá. Um jogo equilibrado e cujo resultado - ora vejam - não vai derrubar nenhum técnico.

Críticas de Xavi tem um ranço de preconceito

Xavi, sem ter nada melhor para falar, resolveu criticar Neymar por causa daquela carretilha na final da Copa do Rei. Meteu-se a fazer considerações sociológicas que trazem no bojo a velha história da irresponsabilidade do jogador sul-americano. Xavi está equivocado porque trata-se de uma jogada normal, que talvez os europeus não saibam executar. E, depois, Neymar é imaturo pela própria idade e não por ser brasileiro. Claro que o tipo de educação e cultura pode moldar um perfil, mas Neymar é uma figura que não causa problemas. Joga é muita bola.

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