Por victor.abreu

Rio - As instalações de hipismo de Deodoro, uma das que mais preocupavam o Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos do Rio, já não é mais problema. O que aflige o presidente da Confederação Brasileira de Hipismo, Luiz Roberto Giugni, é um pequeno detalhe: os cavalos talvez não cheguem.

Luiz Roberto Giugni%2C presidente da Confederação de HipismoDivulgação

Segundo o dirigente, o protocolo elaborado pelo Ministério da Agricultura que estabelece os trâmites de transporte dos animais não foi aceito pela Comunidade Europeia, pelos Estados Unidos e Canadá. Sem essa anuência, se os cavalos forem enviados ao Brasil, não poderiam reentrar em seus países de origem.

"O Ministério da Agricultura precisa se mexer. Se esse protocolo não for apresentado até o final do mês, quando será realizada a assembleia da Federação Equestre Internacional, as competições de hipismo terão que ser realizadas em outro país. Já existem o plano B e o C", diz o dirigente.

Giugni diz que não consegue se comunicar com o Ministério. "Existe falta de comunicação e de boa vontade. Eu mando um e-mail e recebo uma resposta um mês depois ou nem recebo. E a FEI (Federação Equestre Internacional) está chegando no limite dela. Temos uma pista maravilhosa em Deodoro, mas poderemos não ter cavalos lá".

Não seria a primeira vez em que uma competição de hipismo seria realizada fora da sede olímpica. Isso ocorreu em 1956, quando essas provas foram realizadas em Estocolmo, na Suécia, devido à rigidez das leis de quarentena australianas. Nos Jogos de Pequim, em 2008, as competições de hipismo foram realizadas em Hong Kong.

Segundo Giugni, já existe um desenho de protocolo, elaborado pela CBH, baseado no transporte dos cavalos para os eventos do concurso internacional Athina Onassis, em São Paulo e no Rio que contou com os melhores cavaleiros do mundo. No entanto, o Ministério da Agricultura não utilizou esse modelo, e elaborou outra minuta de proposta, que não é aceita pela Comunidade Europeia.

Até o fechamento desta matéria, o Ministério da Agricultura, procurado pela reportagem do iG, não se pronunciou a respeito do assunto.

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